terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O fenómeno das versões cool (fixes) de hits pop mais menos bregas (foleiros) ou o Lado B da Bida e da música

Lembro-me de ver aparecer há uns largos anos na Mtv ou seria no VH1? (1999 mais propriamente, quando a Mtv ainda era um canal de música...),

esta versão incrível pelos Travis do "Baby One More Time" primeiro grande hit da lendária Britney Spears saído nesse ano, e aquilo parecer-me genial pela roupagem dada a uma música pop banal, mas que trazia alguma novidade na ironia ou paródia subjacente à atitude. De qualquer forma, a versão era acústica e até hoje a acho brilhante.

Assim mais antigas, lembro-me por exemplo dos Cake com o "I Will Survive" de Glorya Gainor ou David Byrne com "I Wanna Dance with Somebody" da Whitney Houston.
Neste momento, percebo um certo "movimento" de coisas deste tipo a espalharem-se, com vários artistas ou bandas a trazerem covers muito próprias de músicas ou outros artistas ditos pops (eu lhes chamaria brega pop, ou pop foleiro) que estão nos antípodas do que eles mesmos fazem e produzem. Não sei o nome, ou se já tem até epíteto específico, mas se alguém souber que se pronuncie.

E devo dizer que tenho um especial interesse por isto, e é curioso ver surgir este fenómeno, e me dá um gozo muito particular ver músicas trabalhadas por esses artistas e gosto muito de as ouvir, e levanta-me várias questões: será que as músicas serão realmente interessantes, e é a forma como originalmente se apresentam que não agrada, ou há sempre um preconceito associado? Ou é apenas pela piada, pela surpresa, pelo incomum? Ou será ainda que de facto essas versões melhoram o original, ou a roupagem dada nos soa melhor e nos identificamos mais com ela? 

De facto sempre gostei disto, tendo até criado uma tag aqui no blog dos Lados B, e hoje verifico que são infinitas as possibilidades, com autênticas pérolas, desde Jamie Cullum com esta versão de "Don't Stop the music" da Rihanna ou a Yael Naim com este "Toxic" da Britney Spears (com a nossa Luísa Sobral também a apostar numa versão jazzística ao vivo do tema com direito a efeitos especiais e tudo - aqui)

Por cá, também temos outras verdadeiras maravilhas, com o David Fonseca e a mítica versão em inglês no Gato Fedorento do "Afinal havia outra" de Mónica Sintra. Se bem me lembro, este programa teve aliás uma série de "lados B" de outros artistas portugueses, desde Clã a Blind Zero. David Fonseca costuma até fazer umas brincadeiras em concerto, como esta versão de "Umbrella".

Depois temos a magnífica, deslumbrante versão da "Quinta Sinfonia" de Paco Bandeira pelo grande Samuel Úria, e enfim, a lista nacional e internacional poderia continuar quase infinitamente, e na minha opinião, com forte tendência a aumentar, o que em si, não é bom nem mau, apenas diferente...

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