quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009!

BOAS ENTRADAS!!!
Ou então, Boas Entradas...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

TODOS OS DIAS, de Jorge Reis-Sá

"Todos os Dias" é o primeiro romance de Jorge Reis-Sá, que terminei recentemente. Jorge Reis-Sá é o responsável pelas Edições Quasi, que é quanto a mim, a melhor e mais estimulante editora no campo da poesia actualmente em Portugal, e tem feito um trabalho magnífico e crucial que deve ser reconhecido, quer no lançamento de novos autores de poesia, quer na reedição de autores clássicos e que se diriam incluídos no “cânone”. E tem também uma outra vertente que a mim me encanta particularmente, a edição de livros compilando letras de cantores, da sua poesia para a música que fazem, dos quais destaco o “Letra Só” de Caetano Veloso e “Na Terra dos Sonhos” de Jorge Palma, e mais recentemente o livro de Leonard Cohen.

Quanto ao romance, é um livro muito bonito e comovente, que se lê num sopro. Um livro sobre a perda de pessoas que amamos. Todos os personagens, narradores cada um deles, vão dando a conhecer as suas vidas simples que giram todas em torno de uma ausência que lhes é comum, de uma morte recente, a de Augusto.
O livro desenrola-se ao longo de um dia como todos os outros, contado desde a aurora até ao cair da noite, como metáfora da própria vida, por Cidinha (também já morta, mãe de António e avó de Augusto), António e Justina (casados, pais de Fernando e Augusto e avós de Rafael) e Fernando que nos trazem os momentos vividos na casa antes da morte de Augusto, muito mais que os momentos que vivem no presente, sempre agarrados àquela presença que já não é e ao que significou quando ainda era.
É um livro sobre pessoas, muito sobre nós; Sobre o que somos na essência, do que somos feitos e do que fazem de nós, da nossa existência inevitavelmente em função do outro, de alguém ou de vários alguéns que nos dão sentido. Existem estas pessoas sobretudo para a perda que sofreram e que não os larga, vivem para e em relação a essa ausência, muito mais do que para si mesmos ou para as suas vidas comuns que se tocam apenas de forma banal, mesmo que quotidianamente juntos. São sobretudo o que perderam naquele neto, filho, irmão, do que propriamente a sua concreta existência. E nem a presença de um menino feliz, o Rafael, parece trazê-los à vida ou ao esquecimento do passado e da perda, em dias que se tornam, todos os dias, demasiados e demasiadamente longos…. Uma escrita muito fiel ao sentir humano, muito real, muito genuína, que chega a fazer-nos esquecer que se trata de ficção, e isso é o que tem de mais magnífico e belo este livro. Além disso, o autor vai buscar expressões, modos de falar e dizer muito fiéis a relações que nos dizem muito e teve a enorme e inexplicável magia de me trazer do baú sentimental que todos temos cá dentro um mundo por mim esquecido mas que ainda guardo, que se resume na passagem em que o menino grita a certo ponto para a avó (como todos gritámos um dia, pequeninos e inocentes):

- Bó! (e é este “bó” assim dito, que tanta, tanta coisa me traz…)
Perguntando-lhe eu
- Que queres?
O meu menino, a minha terra. Aquela que nunca ensinei ao Augusto ou ao Fernando, não mo deixou a vida e o trabalho. Mostro-lhe de que é essa terra feita, as galinhas, os bichinhos como ele já diz. Seguro-o à cinta e repito – Este menino é a melhor coisa do mundo que a gente tem.


É disto que falo, desta humanidade, desta densidade de universos pessoais tão bem descritos, e é esta uma nova literatura portuguesa que merece ser lida, e é este um dos livros que melhor a representa.

sábado, 27 de dezembro de 2008

A pobreza no Porto

O Expresso tem vindo a publicar no seu site uma série de vídeos muito pertinente sobre a Pobreza no Porto, casos extremos de sobrevivência, ou melhor, de "subvivência" nessa cidade, pessoas esquecidas e sujeitas à indiferença de todos... Vejam as histórias e todos os vídeos aqui. Nunca é demais mostrar a realidade que nos escapa tantas vezes.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Letra M (a pedido do meu primo...)



medalha: antigamente havia uma medalha com a efígie do Pai Natal, que se dava aos meninos bem comportados. Agora já não se encontra a medalha e, aliás, já não há meninos bem comportados...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Letra R





relógio-despertador: o relógio-despertador do Pai Natal é muito prático. Ele indica-lhe exactamente o dia em que deve fazer a grande distribuição de presentes.

Letra T




trança: poucas pessoas sabem que o Pai Natal usa uma trança atrás.

Letra A


arco-íris: não se sabe e nunca se saberá sem dúvida se o Pai Natal passa por cima ou por baixo do arco-íris.
do livro "Dicionário do Pai Natal" de Grégoire Solotareff

Coisas Estranhas

É incrível, mas aconteceu: Jorge Mourinha atribuiu o número máximo de estrelas a um filme, na sua habitual crítica no Público.
5 no total. Espantoso. Nunca imaginei que fosse possível. Ainda me sinto combalido... *

domingo, 21 de dezembro de 2008

Caetano Veloso - ó meu pai

Delicioso. É um carnaval inteiro ele mesmo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A arte a Norte - O exemplo de Serralves

Segundo a notícia do ípsilon (aqui) o Museu de Serralves é já o que tem maior número de visitantes, tendo ultrapassado este ano o Museu dos Coches. Um número espantoso de mais de 400mil visitantes, resultado da magnífica programação do museu, na sua modernização e extraordinária envolvência pelo parque arborizado e multiplicidade de ofertas culturais muito para além da simples função "expositiva". Uma experiência a estudar e a servir de exemplo para museus por este país fora... Eu espero lá voltar para a exposição que decorre de Juan Muñoz e os seus homenzinhos cinza...

Previsões Políticas para o Ano 2009

Estou contente. Hoje tivemos uma (pelo menos, uma) boa notícia: A confirmação da candidatura de Pedro Santana Lopes à CM Lisboa (aqui). É um excelente candidato, e depois do retiro espiritual que fez, da reconversão e renascimento político, penso que tem tudo para ganhar. Acredito profundamente (não é ironia) que o Lopes vai novamente lá parar, estou certo. Numa cidade onde os musicais de La Féria são um assombroso sucesso, Pedro Santana Lopes será sempre um excelente candidato...
Acredito também que será este um primeiro impulso no grande objectivo do Lopes, e que estará atingido a breve prazo, e para meu derradeiro deleite, o de fundar um partido próprio. Não tardará, meus amigos, não tardará! Aguardem. Considero, aliás, que a coisa vai animar bastante. Manuel Monteiro abandonou o seu partido, o que leva à enorme probabilidade de fundar um novo, totalmente diferente, pelo menos no nome... Manuel Alegre está inevitavelmente a criar as bases para também ele dar corpo aos votos que congregou e afirmar-se como voz coerente e consistente à esquerda. Será óptimo para o país, um partido de Manuel Alegre, e ajudará muito a renovar o espírito bolorento que anda pelos principais partidos. É pena que o resto da esquerda, sobretudo o PCP não perceba o reforço do papel que poderia ter no país se aceitasse coligação com as outras forças e com Manuel Alegre. Uma esquerda unida e forte seria fundamental e muito útil, na pressão sobre as políticas actuais, e teria seguramente uma adesão sem precedentes. É no mínimo absurdo que PCP insista nesta posição de firmeza ridícula de não adaptação à realidade e não perceba que seriam os primeiros a beneficiar com uma candidatura conjunta. Quanto a Manuel Alegre, é o único que merece umas considerações actualmente. Admiro-o, votei nele para Presidente. Votaria novamente. Uma vez mais é ele a voz mais inconformada, o que resiste, o que diz não. É ele, curiosamente, o verdadeiro paradigma do que é ser oposição. O que chama para o essencial, alerta, critica, tem voto próprio, opiniões e posições, não joga pelo seguidismo em que se tornou o parlamento e a dupla PS/PSD, e ao mesmo tempo assume-se agora numa última convicção, a da renovação da democracia, da criação de novas formas de intervenção social e política, de apontar caminhos novos e trazer pluralidade como única forma de assegurar a manutenção de valores democráticos, de defendê-los, promovê-los e em simultâneo renová-los. E esta coragem é precisa, cada vez mais, contra o vazio de ideias, de príncipios, de escrúpulos em que se tornaram os partidos principais (PS e PSD), enormes sistemas e máquinas de amiguismo, compadrio e jogos de interesses, que os representam apenas a eles mesmos e aos lobbies que favorecem. E agora, nem poderemos mais utilizar o belo argumento de que nunca assumiu, nunca passou de ideias, utopias e frases poéticas. O seu papel é e será crucial nos tempos próximos, não tenho dúvidas. Ainda assim, não hesito. Desta vez, votarei no Lopes, pelo PJNVF "Partido que Já Não Vai a Festas". A bem do nosso país...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

relatividade na prática


Solitude
Upload feito originalmente por LJ.

A noite era fria. Gelada. Os graus eram 5. A solução apresentada ainda me arrepia de tão crua: caminhar, deambular toda essa noite, todas as outras. Para que o gelo não se instale e não engula. Sem parar. Sem ter para onde ir, onde chegar. Mero trabalho muscular convertido em calor. Lembremo-nos pois, que um tecto onde dormir e um cobertor onde aninhar podem ainda hoje, ser luxos para alguns, demasiados... Nós, os que nos queixamos do tanto que não temos, e banalizamos o que nos é dado ter. Esquecemos o essencial. Relativizemos.

lousa#1

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

ípsilon on line

O Público é sem dúvida o jornal nacional com melhor site na internet, em todos os aspectos, desde a actualização constante de notícias, pela diversidade de temas e secções e facilidade de consulta. Agora, uma nova maravilha: O Ípsilon ficou "em linha" desde há alguns dias. E mantém as qualidades do site geral. Muito bom.

Da Baía de Guantánamo para a Baía de Cascais?!

Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que Portugal está disponível para acolher presos de Guantánamo no âmbito de uma iniciativa da União Europeia para apoiar a nova Administração americana a encerrar aquele presídio militar.
A intenção até é boa, há que admitir... Agora, duvido que a adesão por parte dos presos exista de facto. Portugal?? É que meus amigos, tortura por tortura deixem-nos ficar por cá. Pra pior não mudamos...

Para além disso, e pensando na figura, se os enviarem para Portugal, têm até possibilidade de começarem a ser julgados. Começarem, digo eu, começarem...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Arctic Monkeys - When The Sun Goes Down (video)

Com frio e chuva, e mais frio e mais chuva, ouço esta...

domingo, 7 de dezembro de 2008

tiradas de livros...

“Tirei um curso de Românicas para acabar tua mulher a tempo inteiro, mas ainda recordo Ovídio: Eis a causa que impede as esposas legítimas de serem amadas; os maridos vêem-nas quando querem.”
in Estes Difíceis Amores, de Júlio Machado Vaz

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Rotina

Ficámos estupidamente
prudentes.
Balizamos as nossas vidas,
numa nesga restrita
de banalidade.
Cumprimos horários,
rotinamos relógios.
Engavetámos o improviso,
a surpresa e a criatividade.
Encarreiramos, enfileiramos
Aninhamos, encarneiramos.
Encarquilhámos o sorriso.
Esquecemos a alegria.
Domesticámos as emoções.
Temos carros, casas,
electrodomésticos.

Temos empréstimos. Muitos.
Temos filhos. Controlados
e distantes.
Conhecemos um só caminho,
ida e volta.
Repetido até à exaustão.
Foi isto que conquistámos afinal:
A liberdade de ser
absurdamente inexistentes.

07-12-2007

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1º Dezembro...

Sempre magníficas estas tiradas...
aqui

domingo, 30 de novembro de 2008

Aurora - Yamandú Costa

Yamandu Costa é o mais brilhante guitarrista do Brasil da actualidade. Violão de 7 cordas, que parecem multiplicar-se por outras tantas, onde mistura estilos diversos desde o típico Choro e a Bossa Nova mas também Milongas e Tangos argentinos, conseguindo sintetizar na sua guitarra a musicalidade completa daquele continente. Impressionante mesmo é o tamanho daquele braço de guitarra e a "aranhice" frenética e delirante da mão esquerda. Esse é gaúcho memo!

Coisas Estranhas

É impressionante que por causa de uma planta (hortelã) a mulher do hortelão tenha de se chamar horteloa... Enfim, já não há respeito.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Igreja Católica na senda da modernidade

"Vaticano converteu-se à energia solar"
O Estado do Vaticano converteu-se hoje à energia solar com a inauguração da sua primeira instalação de energias “limpas” no telhado da moderna sala Paulo VI, a dois passos da basílica de São Pedro. in Publico

Para o próximo ano parece que já vão instalar máquinas de preservativos e tudo...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"dias não são mais que a intermitência com que abro e fecho os olhos."
valter hugo mãe in "Estou escondido na cor amarga do fim da tarde"

Vinho BSE 2007 - JMF

Pra variar um pouco os temas, havia que se dizer isto sem medo: GRANDE POMADA!! Não se confudam com outras designações mais "espongiformes", esta é mesmo BSE de Branco Seco Especial... Na minha recente incursão pelos vinhos brancos, experimentei esta maravilha de vinho, bastante referenciado mas que nunca tinha "debicado". Altamente recomendado, da zona de Azeitão, mítica casa José Maria da Fonseca, um vinho suave, frutado, leve e maravilhoso... Produzido desde 1947! Um prazer que vai muito bem com o Outono.

Branco Seco Especial 2007
José Maria da Fonseca
Terras do Sado, Azeitão
(3,08€)

"A penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes." Alexandre Fleming

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

12º FESTIVAL CINEMA LUSO BRASILEIRO SANTA MARIA DA FEIRA

Está aí mais uma edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira. É a 12ª edição do festival, um dos mais importantes e interessantes do país, posso dizê-lo, da responsabilidade do Cineclube da Feira. Pela qualidade do programa que apresenta, mais alternativo e pouco acessível ao público em geral, sempre muito bem estruturado e pensado, com enorme qualidade e uma escolha de filmes coerente. Apresenta curtas, longas, retrospectivas de carreira (este ano o realizador escolhido é Bruno de Almeida, do recente The Lovebirds, para além dos filmes dos Enapá2000 e Candidato Vieira que serão apresentados entre outros), homenagens, conferências, e com a presença de muitos dos realizadores e actores em causa. Um trabalho magnífico e que deve ser muito elogiado e divulgado (sobretudo numa localidade como a minha terra natal...) que se tem tornado uma referência nacional, e com grande potencial para crescer. Recomenda-se vivamente. Já a partir de 29 Novembro e até 7 Dezembro, sempre no auditório da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira. Site com toda a informação aqui.

domingo, 23 de novembro de 2008

As Escolhas de Vitor Constâncio

Ao que parece, Vitor Constâncio foi já assistir ao mais recente êxito de Fernando Meirelles, "Ensaio sobre a Cegueira" baseado na obra de José Saramago e consta que terá adorado o filme. "Gostei muito. Uma história brilhante. Senti-me totalmente identificado com aquelas pessoas, aquela cegueira total e limitante, aquela carga dramática duma realidade que parece um pouco o nosso dia-a-dia lá no Banco de Portugal." Quanto aos livros, Constâncio acrescentou que começou há dias um livro de crónicas magnífico de Dráuzio Varela, "Por um fio". "É como me sinto agora no meu cargo..." remata ele.

A Atenção à Portuga

Dias Loureiro, como é muito honesto, afirmou que avisara já em 2001 o vice-governador do Banco de Portugal para "ter uma atenção especial" para com o BPN. O senhor vice-governador já veio desmentir dizendo que ou está a fazer confusão com a pessoa ou está a mentir. Enfim, penso que tudo não passa de falta de acerto numa mesma perspectiva e verdade. Dias Loureiro não mente ao afirmar que foi pedir uma "atençãozita especial", tendo em conta quais são estas "atenções" tão à portuga, que seria a de deixar de andar a chatear os senhores banqueiros na sua vidinha de corrupção tão inocente e normalíssima. E quanto a isso ninguém tem dúvidas, parece que a "atenção especial" até estava a correr bastante bem... mas agora, agora teve mesmo de ser. E há que admitir, 7 anos até deram para bastante folia!
(Ou isso ou apenas estava a dar-me uma certa coceira não ter qualquer post sobre o BPN..)

sábado, 22 de novembro de 2008

Life & Google

Google e a revista Life estabeleceram uma parceria para disponibilizar online o arquivo fotográfico da mítica revista, contando com mais de dez milhões de fotografias, muitas delas de momentos históricos cruciais e de fotógrafos emblemáticos. Para já, apenas 20% estão digitalizadas, mas é um verdadeiro regalo. Comecem com estes 20%...
foto de Alfred Eisenstaedt

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

luso-desfasamento crónico

Não me entra na cabeça como, tendo nós esta Ministra da Educação há tanto tempo, só agora nos vêm preparar para tal...
Ainda por cima, parece que amanhã (Sábado) é que surgirão as piores situações. Não me digam que a Manuela também vai falar outra vez!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

6 Meses?!

A meu ver, a posição de Manuela Ferreira Leite, com a sugestão de suspender a Democracia por 6 meses, que tanta polémica tem causado, teria uma enorme vantagem, que nos está a escapar e que seria maravilhosa, que seria a de acabar com os partidos políticos, todos sem excepção. Vistas bem as coisas, 6 meses parecem-me honestamente pouco tempo...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

FOI FEITIÇO?! André Sardet

Uma das músicas mais tocadas nos últimos anos, talvez mesmo de sempre, foi a excelente balada de André Sardet, “Foi Feitiço” de seu nome… Um tema, letra e música bastante melosas, à boa maneira do rapaz coimbrão, que tocava incessantemente em todas as rádios, todos os sítios onde entrava, e cantada por milhares de entusiastas, casais apaixonados, enfim… numa ligeira náusea que já me provocava (e estou a ser meiguinho!). Sempre houve ali algo que me intrigava e me causava estranheza. Há já algum tempo decifrei o mistério, mas nunca o havia explanado devidamente. Passo a fazê-lo agora…
A musiquinha começa assim:
Eu gostava de olhar para ti
E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite
Me guia de dia e seduz.
Quatro versos plenos de romantismo, um início de dedicatória profundo e pegando na luz como metáfora para o amor, para a paixão que se quer expressar. Mas é evidente, se é uma luz tão forte e intensa, não conseguimos olhar para ela, como se descreve no primeiro verso, o que no mínimo…é pena.

Logo depois, continua:
Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar
Ter o céu como fundo
Ir ao fim do mundo e voltar.
Aqui evoca-se a alma livre da pessoa em causa, a divinitas, o ser que está acima do comum dos mortais, num patamar acima de quem a ama e diviniza, aquela que voa mesmo sem asas, que tem o céu como fundo, que vai ao fim do mundo e volta, uma entidade realmente superior. Ou então, já estou a especular, talvez seja simplesmente uma hospedeira de bordo, o que explica a descrição…

Eu gostava que olhasses para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo
Um olhar, um segredo
Só para eu te abraçar.
Aqui, há muito pouco a dizer, continua “a gostar” mas agora que ela olhasse para ele, que o visse, enfim que correspondesse ao sentimento. E pronto, mar rima com abraçar e olhar, medo rima com segredo como podia rimar com penedo ou segafredo; tá feita mais uma quadra “para encher”.

Deixei propositadamente para o fim o refrão, porque é aqui que reside o verdadeiro motivo desta análise e da tal estranheza que sempre me suscitava este “feitiço”.

Reza assim, como todos saberemos de cor e salteado:
Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço
O que é que me deu?
para gostar tanto assim de alguém
Como tu.

Então o rapazito faz uma letra de amor, romântica, cheia de lamechice e versos lindos, para depois ter um refrão, ainda por cima repetido à exaustão, em que não sabe (e estou a citar!!) o que lhe aconteceu, o que lhe deu?, para gostar tanto assim de alguém como ela. Se isto tem alguma lógica, vou ali ao fim do mundo e já volto… Quer dizer, és uma grande abécula, uma avantesma, um mono, asquerosa e desprezível, que nem chego a perceber como posso gostar tanto assim de alguém como tu. E o que faço? Escrevo uma balada de amor, onde digo isso com todas as letras no lugar mais destacado da música – o refrão. E pior, ponho Portugal inteiro a alinhar nisto e a cantar comigo em coro. Meus amigos, é de mim, ou anda tudo maluco?? Já sei, deve ser feitiço!

domingo, 16 de novembro de 2008

Coisas Estranhas...

Vi, na baixa de Coimbra, um português a vender o Borda D'Água.

sábado, 15 de novembro de 2008

JORNA por João Paulo Guerra

Não resisto a divulgar aqui a excelente crónica de João Paulo Guerra. Simplesmente brilhante e pertinente... Comparem isto aos clandestinos africanos que tentam a todo custo entrar em Espanha e Itália, nos seus botes de brincar, e seus fins tantas vezes dramáticos, que tanto nos chocam. Pensem de onde vêm eles, da realidade e condições a que fogem. Depois pensem nos outros, os desta crónica e de onde vêm. Digam-me agora, que é isso do "terceiro mundismo"??

JORNA (João Paulo Guerra)
Uma vez por outra, os jornais abalam a sonolência portuguesa publicando notícias com ilustrações brutais de acidentes de viação em que portugueses perdem a vida nas estradas de Espanha.
SÃO QUASE SEMPRE HOMENS, viajando em grupo, amontoados em carrinhas fechadas que circulam a alta velocidade de noite e pela madrugada. De vez em quando, uma dessas carretas lá se espatifa contra um camião, ou desaba por uma ribanceira, arrastando vidas humanas. Na quinta-feira passada foram mais seis vidas de uma só vez. Este ano já morreram 18 em circunstâncias semelhantes. Nos últimos cinco foram 44.
Em geral, os leitores ficam porém sem saber que faziam aqueles homens, no local e à hora errada e em que circunstâncias viajavam entre Portugal e Espanha. Seriam excursionistas, novos peregrinos, aficionados a caminho ou de regresso de uma corrida de toiros? Nada disso. São quase sempre trabalhadores submetidos à mais aviltante das relações laborais, os contratados das novas praças de jorna que arregimentam a mão-de-obra mais precária e desprotegida do mercado do trabalho.
As velhas praças de jorna não foram uma criação literária do neo-realismo. Existiram nos anos 30 e 40 do século passado, em pleno fascismo, às portas de Lisboa, no Ribatejo e Alentejo e pensar-se-ia que a evolução social da Humanidade e até mesmo do país tivesse acabado com tal aviltamento. Mas não. Há novas praças de jorna, com essa ou outra designação, e com tanta pobreza e desemprego é pegar ou largar.
Estes homens, que viajam como gado e morrem como tordos, só chegam às páginas dos jornais cobertos por um lençol na berma de estrada. Toda a gente sabe que existe essa modalidade de arrebanhar e transportar mão-de-obra. Mas a classe política e os pregadores situacionistas têm coisas mais nobres com que se preocuparem.
«DE» de 10 de Novembro de 2008

Terá começado a deserção?



João Ubaldo Ribeiro assinou contrato com as Edições Nelson de Matos para a publicação da sua obra literária a partir de agora... Ora, João Ubaldo Ribeiro estava na Dom Quixote (por acaso, ou não, criada e fundada pelo próprio Nelson Matos...), que como se sabe foi uma das editoras "fagocitadas" pelo potencial monopolizador grupo Leya.
Na altura das "compras" e anexações de editoras como esta, a Caminho, a Casa das Letras, a Asa, e por aí fora, a polémica surgiu pelos perigos que poderiam advir da lógica best-seller que se poderia instalar, com hesitações de autores como Lobo Antunes e Saramago (pertencentes à D. Quixote e Caminho, respectivamente). Creio que nesse tempo, houve precipitação como ainda acho, já que ninguém seria tão burro ao ponto de as comprar para as tornar iguais, coincidentes, mas sim apostando na sua diversidade e dos seus autores como opção mais lógica e provável.
Mesmo assim, penso que será um sinal esta decisão de um primeiro autor que deixa a D. Quixote ao fim de tantos anos, e tenho cá uma impressão que muitos outros lhe seguirão os passos, mais cedo ou mais tarde... Porque, como já ouvi alguém dizer, há uns que estão cá para fazer livros, e com isso, por acaso, ganhar dinheiro, e há os outros que estão cá para...fazer dinheiro.
É que a montra das grandes editoras pode até ser bonita, mas talvez a essência não seja essa, mas sim tudo o resto...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

os leques amarelos do oriente

O Outono chegou ao Jardim Botânico de Coimbra... Vão lá visitá-lo!! Ou a outros jardins por onde ele anda...
(folhas de Ginkgo Biloba)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Escola do Paraíso - José Rodrigues Miguéis

Terminei A Escola do Paraíso de José Rodrigues Miguéis, primeiro livro que leio deste autor, e devo dizer que é uma pena só agora o ter encontrado. Gostava de o ter lido há uns bons anos atrás, só teria ficado a ganhar, por tudo o que invoca e acrescenta à nossa existência e à sua constante construção. Um romance deslumbrante, que acompanha a vida e aventuras de um petiz, o terno Gabriel, pelas ruas e vielas de Lisboa, e atalhos e percalços da vida e do desenvolvimento da identidade pessoal.
Recria o universo infantil de forma tão completa, tão exacta, que chega a ser assombroso como o autor consegue regressar aos anos da inocência, os anos de ouro como lhe chama, como atinge aquela linguagem simples, directa, inocente, quase como uma "regressão espiritual" e consegue escrever como quem pensa e vive enquanto criança. Até agora não consigo perceber como o conseguiu de forma tão correspondente, daí o assombro!
Escreve na terceira pessoa, mas quase sempre no Presente; confunde-se, mistura-se, dilui-se ele próprio (autor) na vida daquele personagem, e vão convivendo lado a lado, ao mesmo tempo dois e um só, e consegue-o de um modo tão ténue e subtil, natural, com enorme genialidade. Depois, é um livro que tendo um fio condutor, tem quebras, quase como um mero alinhamento cronológico de passagens entrecortadas da vida do Gabriel e sua família, e vai seguindo, como pequenos contos interligados mas independentes e autónomos, que se juntam para constituirem este romance, o que é também altamente original e diferente do que li até agora.
É um livro magnífico, ainda mais passando-se em Lisboa, no período imediatamente anterior à Instauração da República, e logo após a mesma, e que remete (para quem lá viveu) para o espaço e vivência muito própria e característica das ruas e gentes da cidade, mesmo que num período algo distante, e caracteriza-a genuinamente e de forma encantadora. Gabriel é o mais pequeno, personagem central; tem uma irmã, Águeda; um irmão, Santiago (o mais velho dos três); pai e mãe, os avós paternos galegos, e mais uns quantos tios e primos, dos quais se destaca a figura e personagem incrível do tio Amândio, o Boi-do-Val'.
José Rodrigues Miguéis é mais um daqueles escritores geniais que Lisboa criou, na linha de Dinis Machado, José Cardoso Pires, Mário Zambujal (ainda que de uma geração anterior), mas insere-se nesta escrita densa, alegre, arejada, bem-humorada, humanizada e vivenciada, recorrendo muitas vezes a termos e expressões típicas e esquecidas, descritiva de costumes e personagens como nenhuma outra se iguala na nossa literatura, sendo que JRM atinge um nível e diversidade de vocabulário ainda superior e consegue uma beleza raríssima e singular, um encanto mágico adicional que ainda não tinha encontrado, em algumas passagens e situações que cria, e que comovem profundamente pelas ideias, palavras e sentimentos que abarcam. Um livro encantador, altamente recomendado, e um autor que continuarei a descobrir.
Aqui ficam alguns pedaços que tirei...
"Senta-se no muro do tanque, todo coberto de líquenes e musgo, e era capaz de ficar horas a ouvir a caleira de pedra a despejar brandamente a água da nora, e a olhar o tremor da superfície onde brincam alfaiates, glissando como hidroplanos, os limos de veludo molhado, o fundo verde-escuro que o atrai, os reflexos da latada, das nespereiras e do céu. Só não tem peixinhos. Mas há tira-olhos, azuis e encarnados, que voam rente à água, não fazem mal à gente."
"Há no Circo, como no Amor, uma tristeza de impossível."
"Foi quando, da calma da noite e da rua - como um trovão subterrâneo que anuncia o sismo, ou o marulho duma vaga de fundo em plena calmaria - se ergueu de repente um confuso clamor e tropel alarmante, que em rápido crescendo se veio aproximando e definindo."
"Mas a fantasia prolonga e repete esses momentos em duração, como um tema musical persistente: com esta tendência, tão nossa, a deixar que os instantes felizes ofusquem, em retrospecto, todos os anos e dias infindáveis de monotonia e frustração."

domingo, 9 de novembro de 2008

PATRÍCIA ROQUE

Há uns dias estive na Casa Cultura de Coimbra e deparei-me com uma exposição magnífica de Patrícia Roque. Não conhecia o trabalho, fiquei encantado.. Desenhos maravilhosos, com enorme intensidade e universos muito próprios, imagens e ideias densas, complexas e fortes. Fica aqui o site e o myspace da artista, por acaso mesmo de Coimbra... Porque a exposição, essa já terminou... Aqui fica um cheirinho.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

mr obama, ou segundo berlusconi, o homem que anda sempre bronzeado...


Um novo movimento, uma nova energia, uma "boa-onda" que surge, um futuro animador.
Esperemos agora que tudo não se torne um constante "YES, WE COULD..."

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Acomodou-se à vida como a um casaco de mangas compridas
que inevitavelmente se tornaram
ridiculamente curtas...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A última Estucada

George W. Bush termina da melhor forma o seu mandato. Como se pode ver aqui.. Os seus amigos industriais agradecem, e é doloroso de tão nítida e descarada a "coligação" mafiosa que manteve até ao último momento, sem um pingo de escrúpulos. De falta de coerência, lá isso, não o podemos acusar. O personagem ficará para a história, como uma das piores catástrofes que o mundo viveu, e o mais triste, é que nem isso ele merecia...

domingo, 2 de novembro de 2008

"A Vida num Sopro" ou a "Literaturazinha"

José Rodrigues dos Santos lançou mais um romance, e como sempre, num tom ligeiramente convencido e com laivos de grande escritor e "homem das letras" lá foi dizendo numa entrevista que li outro dia, que "Os meus romances são muito meus. Não conheço nenhum autor que escreva os romances como eu os escrevo."
Já há algum tempo lhe ouvira dizer no mesmo tom habitual, e deixar bem claro, que era ele (e não Sousa Tavares) o escritor que mais vende actualmente em Portugal, revelando os números que não deixavam margem para dúvida (ou como diria George Bush "Make no mistake..."), como se de uma bandeira e aspecto crucial se tratasse, que tudo diz sobre o que é "um verdadeiro escritor". Pois, devo dizer que os livros de JRS reflectem um pouco os tempos que correm.. Histórias e enredos sensaborões, escritos de forma "normal" e simples.
JRS não é um grande escritor, fique bem claro. Está longe de o ser; É apenas mais uma pessoa que escreve livros. Os livros que escreve conseguem agarrar o leitor sobretudo pelas peripécias que consegue criar, e mérito lhe seja dado, denotam uma aprofundada pesquisa e trabalho sobre vários temas nem sempre acessíveis, mas não passam disso, de livros normais. Aliás, quando tenta revelar-se um bom escritor, quando arrisca alguma descrição ou devaneio mais criativo, borra a pintura, cai na banalidade, no lugar-comum, no foleiro que quer ser belo, no simplório que anseia ser genial, e chega a ser ridículo e naive nalgumas passagens..
JRS não passa disso, de mais um que escreve livros, calhamaços de ler e deitar fora, descartáveis como qualquer notícia que hoje apresenta, e que usamos sem agitar num mundo directo e imediato que existe actualmente. Muito ao jeito da vaga "Dan Brown" que por todo o lado se instalou, em livros que têm de ter mais de 500 páginas (como um pré-requisito que atesta da qualidade, na regra estereotipada e enganosa "livro grande=grande livro"), pitadas de suspense, misticismo e ciência sensacionalistas, e que infelizmente são os únicos que fazem as grandes montras das livrarias actuais, beneficiando de poderosas campanhas de marketing, e tornando o livro que se vende actualmente, sobretudo e apenas mais um entretenimento fácil e demasiado óbvio como tantos outros que criámos (o que vai contra o sentido que tinha e lhe era dado até agora...).
É precisamente um dos grandes equívocos deste senhor, achar que por vender milhares, tem um valor superior ao que realmente tem, e poder comparar-se com verdadeiros artistas da palavra, da língua, da magia e do encanto da escrita genialmente criada e alinhavada...
António Lobo Antunes já deu a sua opinião sobre o novo livro, não indo além de que "é uma grande merda, num país onde todos são escritores" e que fica "assombrado com pessoas que escrevem livros em dois meses".
Pois é precisamente Lobo Antunes, nem de propósito, que recordo em algumas linhas que guardei no meu caderninho há alguns anos, e que se aplicam melhor que nunca e sintetizam o que sinto:
"Em regra só os artistas medíocres dizem coisas interessantes e tenho uma desconfiança instintiva dos verbosos, dos fluentes, dos engraçados, dos que dissertam, sem pudor, acerca do seu trabalho."

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

dois poemas de Mia Couto

O primeiro astronauta

O primeiro astronauta
devia ter sido
Silvestre José Nhamposse

Só ele
teria sacudido os pés
à entrada da Lua

Só ele teria pedido
com suave delicadeza:
- dá licença?

(1983, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas)

Doença

O médico serenou Juca Poeira.
Que ele já não padecia da doença
que ali o trouxera em tempos.

E o doutor disse o nome
da falecida enfermidade:
"Arritmia paroxística supra-ventricular"

Juca escutou, em silêncio,
com pesar de quem recebe condenação.

As mãos cruzadas no colo
diziam da resignada aceitação.

Por fim, venceu o pudor
e pediu ao médico
que lhe devolvesse a doença.

Que ele jamais tivera
nada de tão belo em toda a sua vida.

(Maputo 2005, in Idades, cidades, divindades)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ele há colónias e colónias!!!

Segundo esta notícia do Público, baseada num novo livro alemão, há uns anos atrás uns senhores tiveram esta ideia maravilhosa "militares nazis planearam estabelecer uma colónia no meio da selva amazónica".

E porque de idiotice e coisas parvas estamos todos fartos, fico extremamente feliz e agradecido que outros senhores tenham tido, uns anos depois, ideias e tiradas como esta:

"O início do sucesso surgiu na mente de Peyo num almoço, cenário propício para as grandes ideias, durante as férias na casa de amigos. Para pedir que lhe passassem o sal no fundo da mesa, Peyo não se lembrava da palavra e saiu-lhe qualquer coisa como: “por favor, passa-me o...o...o estrumpfe aí ao fundo”. Franquin, amigo, colega de profissão e criador de personagens como Marsupilami, responde-lhe no meio de uma gargalhada: “Toma, eu estrumpfo-te”. Estava assim criada a língua dos “Estrumpfes”. As personagens viriam a seguir."

Até se torna engraçado, porque eram também uma colónia, curiosamente tentando não se tornar como os cruéis seres humanos...

Fizeram 50 anos há alguns dias, como se vê também aqui, estes seres maravilhosos que todos lembramos com um carinho especial..

E não deixem de visitar o site oficial http://www.smurf.com/home-en
Espero que tenham um estrumpf muito estrumpfado....

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"The Can" e afins por Carlos Lascano

Curta-metragem pequeníssima para spot da Redbull.. Uma animação fantástica, com mistura de técnicas, muito original e encantadora.

E mais trabalho do autor Carlos Lascano aqui. Para além da fotografia e ilustração, aconselha-se vivamente as curtas Les Amants e La Leyenda del Espantapajaros. Um artista a seguir...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sistemática Criatividade...

Que maravilha!! Deparei-me com este recorte que guardo religiosamente há bastante tempo e considerei que seria digno de publicação, pelo interesse que suscita.. Como biólogo apraz-me muito ter contacto e ampliar o meu conhecimento na área, e este é um exemplo paradigmático do que a biologia do nosso planeta pode fazer e das maravilhas que esta engloba. Que dizer deste ser que vive nas profundezas oceânicas, parece uma planta mas aparenta mais ser um animal (e por isso não consta nas enciclopédias botânicas, claro está!!) E que dizer dos ramos, que não são ramos, são esqueleto? Sendo um animal, não se rega.. (evidente, o que se rega são as plantas, e de estupidez, regam-se os criadores deste ser... ou estupidez ou muito Gin Tónico!) Não há dúvida, este animal, que por acaso até no nome é um equívoco "Planta Neptuno", é um constante paradoxo e bem demonstrativo da magia da Vida, e um autêntico quebra-cabeças para a Sistemática e Taxonomia...

Pois eu, com tanta idiotice condensada, ainda assim já resolvi o mistério: trata-se sem margem para erros, e de acordo com as melhores chaves dicotómicas, da designada "planta de plástico", sendo uma espécie rara deste grupo, porque a mais comum e conhecida são mesmo aquelas rosas idiotas e foleiras vendidas junto com o patinho que chia e deita a língua de fora (outro caso atípico entre os patos...) pelos monhés, de que o famoso "Taliban" de Coimbra é um exemplo típico e simpático... (ou para uma explicação mais científica do "fenómeno" ver aqui)

Para "verde e verdadeiro fenómeno da Natureza" já nos chega o Hulk...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

DIREITA, VOLVER...

Ouvi ontem pela rádio as posições políticas da "Direita" sobre as alterações ao regime jurídico do Divórcio, e a sua inerente visão. Entre os parcos e inconsistentes argumentos, lá ia um senhor deputado dizendo que se trata de um atentado social e legislativo, que passa a permitir de forma descarada que "uma das partes" possa desencadear e conseguir um divórcio por única e sua exclusiva vontade, mesmo que tendo responsabilidades directas e o que designam "faltas no cumprimento dos deveres a que se obrigaram no casamento". Ora, merece pouco comentário, parece-me óbvio.
Não vou discutir a lei, mas o príncipio em si, relacionado com este discurso. Para PSD e CDS-PP, existe uma visão (no mínimo) desactualizada da nossa sociedade actual, num conservadorismo bacoco e uma ridícula sacralização do casamento enquanto instituição, numa confusão sem qualquer nexo entre a questão civil, social e jurídica e o convencional e nem sempre (cada vez menos, diria eu!) aplicável enlace matrimonial religioso-cristão, bastião sacrossanto da nossa tão costumeira Igreja, zeladora dos bons costumes, boas práticas e puritanismos que tão bem lhe conhecemos. E uma ala politíca que teima em não perceber que o mundo já não é assim, que para tantos dos "enlaces" actuais tudo é muito mais ténue, superficial e naturalmente, terá de ser facilitado na sua quebra, quando assim um dos interessados (ou desinteressados) entende, ou mesmo os dois. Que a família, o seu conceito, mudou e cada vez mais se transforma e diversifica; que o casamento e vida miserável que tantas pessoas tiveram e têm, agrilhoadas a essa instituição sacralizada e impossível de quebrar, com toda a imagem e carga negativa que se criou e teria aos olhos dos outros se assim acontecesse, e encoberta nessa capa de felicidade e paz da relação perfeita, com todos os dramas e autênticos atentados psicológicos (e lembro-me sobretudo das mulheres, evidentemente..) que se vivem.
Não perceber, não querer perceber isto, e argumentar desta forma (aliás, à imagem dos mesmos argumentos para diabolizar a legalização do Aborto) como se alguém acordasse uma bela manhã e de forma displicente decidisse, só por desporto, divorciar-se ou fazer um aborto, porque "me apetece"... Ter esta visão ligeira das coisas, das pessoas e do que pensam, vivem e sentem, e insistir no querer zelar e defender o que está certo, o que está "de acordo" com príncipios que estes senhores definem como os correctos e únicos possíveis, esta prepotência de querer puxar para si uma autoridade e influência na vida, cabeça e poder de decisão do cidadão comum a que não têm direito e não devem ter (assentes, logo na instituição que melhor o faz, e de forma absurda e ridícula, a Igreja), numa atitude de Congregação divina e superior, omnisciente, que a todos aconselha e orienta, à imagem do típico "rebanho seguidor" que deve acatar, assumir o erro, e seguir o que está certo. Tudo isto tresanda a moralismo bafiento, a posturas e mentalidades do tempo da outra senhora, ou do outro senhor...
E não restem dúvidas: uma direita com posições e príncipios deste gabarito, estará irremediavelmente condenada ao fracasso, e pior que isso, em nada contribuirá para uma evolução positiva da nossa sociedade...
A maior ironia nesta história, não deixa de ser o actual PSD, partido em que há uma série de "casamentos" infelizes e nitidamente forçados, mas que ninguém é capaz de quebrar (ainda assim, tenho a certeza que Santana Lopes ainda há-de fundar um partido seu, que querem é a minha utopia pessoal...) por falta de coragem ou comodismo. E assim seguem felizes e unidos, até que as eleições os separem... Ámen!
Por outro lado, bem fez Paulo Portas, que chamou a si uma "união de facto" entre ele e o seu PP, muito ao jeito de "família monoparental"...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Como sempre, António Barreto chama a atenção para um tema crucial e de que muito pouca gente se lembra, evita mesmo, mas que no fundo todos sabemos quão existente é, cruel, doloroso e incomodativo, e que nos interessa apenas, isso sim, ignorar e assobiar para o ar, tão pouco fazemos do tanto e tão simples poderíamos fazer. Sabe do que fala, e sobretudo sabe do que é realmente imprescindível falar, do que é humano e essencial, remando contra a maré de comentadores e analistas de futilidades, fait-divers e banalidades.. A ler e reflectir.
.
"Nas últimas décadas, ao mesmo tempo que os cuidados destinados às crianças e aos doentes não cessaram de aumentar, a marginalidade e a solidão dos idosos não parou de crescer. (...) Olhemos para eles, num jardim público, num supermercado, sozinhos ou aos pares, arrastando-se devagar. Por vezes, atrás dos filhos, com sinais no rosto de estarem “a ser passeados”, nem sempre com afecto e vontade suficientes. (...) O tratamento dos idosos é assim a mais séria e mais drástica prova que as sociedades enfrentam. A prova da sua humanidade."
Texto integral aqui

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Instantâneos

1- Vou lendo deslumbrado a "Escola do Paraíso" de José Rodrigues Miguéis;
2- O som (e sobretudo a voz) que me agrada actualmente está aqui;
3- O meu luxo pessoal (considero eu) é mesmo poder acompanhar o "Caderno de Saramago";
4- Fico feliz por saber que ainda há espaço neste mundo para a "evolução civilizacional";
(a propósito de "Mulheres tomam as rédeas do Lipizzano" Hannah Zeitlhofer monta um cavalo Lipizzano na Escola de Equitação Espanhola em Viena. Em 430 anos de existência desta instituição esta é a primeira vez que uma mulher é autorizada a tomar as rédeas de um cavalo desta raça." ver galeria fotos Publico. Tenho a sensação que os Cadernos de Educação para Adultos já chegaram àquelas bandas, graças a Deus!!)
5- Voltei hoje à piscina, como nadador em regime livre e bastante "prego"...
6- E por último, a pergunta que se impõe: "Será que a partir de hoje poderá o comum dos portugueses alegar "problemas técnicos" no atraso da entrega das declarações do IRS?"

sábado, 11 de outubro de 2008

Poema da Aletria

É assim o poema
da aletria.
Amarelos fios
emaranhados
num prato redondo
e branco.
Quatro riscos
poeirentos
de canela
atravessando
o amarelo.
Quanto ao cheiro
e ao sabor,
lamento mas
não ficarão
no poema.
Não cabem em
nenhum verso.
É pena. Mas
falem com as
vossas avós...
Elas saberão
sempre completar
o poema da aletria.

sábado, 4 de outubro de 2008

DINIS MACHADO



Morreu Dinis Machado. Li o enorme, gigantesco livro que é "O que Diz Molero" ainda chavalo, jovem adolescente e foi seguramente das experiências mais marcantes que tive na vida. Está tudo lá, comédia, ironia, e humanidade. Lembro perfeitamente de o ler a altas horas e desatar a rir compulsivamente, sozinho no meu quarto, e achar incrível como um livro, a forma como se consegue criar genialmente, a ponto de com palavras lidas obter reacções deste tipo: Um riso genuíno e divertimento puro - impagável! É um daqueles casos, raros, em que se tivesse apenas feito esta obra em toda a vida, estaria sempre acima de todos nós e justifica por si só a sua existência. E é isso mesmo que acontece. E depois, era mais um daqueles seres com aquela doçura evidente no olhar e uma tranquilidade daqueles que sabem simplesmente "como as coisas funcionam"... Façam-se um favor, o enorme favor, comprem o livro e leiam-no. Também por ele...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Post muito ao estilo "Conta-me como foi..."

Integrado na Colecção Educativa, Série N com o tema "Agricultura, Pecuária, Indústrias Caseiras e Artesanato" inserido na Campanha Nacional de Educação de Adultos promovida em pleno governo salazarista. Uma verdadeira pérola, livrinho editado em 1956, pequenino e maneirinho, uma verdadeira "bíblia" das conservas de todo tipo de fruta e hortaliça afins... tão baratinho e tão (como direi?) ... gostoso! Aqui vai um pequeno excerto, do mais mimoso que encontrei, só pra dar uma ideia da delícia que é esta viagem ao passado e aos tão saudosos "bons costumes"...

"Depois de saber ler, escrever e contar, o que se aprendeu na escola, em menino ou em adulto, precisa de ser completado com uma instrução conveninente e ao alcance de todos.
Dentro desta ordem de ideias, não poderia ficar esquecida a mulher, a dona de casa, na sua principal actividade que é o governo caseiro. E quão difícil e espinhosa é, por vezes, essa missão! É a ela que compete remendar, fazer não sentir as faltas, acarinhar, encorajar, prover o seu celeiro, dentro dos recursos disponíveis, enfim, é dela que depende em grande parte, a felicidade ou infelicidade do lar, evitanto que a sua casa seja, como se ouve dizer tantas vezes, infelizmente: - é uma casa sem pão...onde todos ralham e ninguém tem razão.
É à mulher, principalmente à do campo, que estas páginas são dedicadas, na fé de que elas contribuam para o bem estar familiar e também para o aproveitamento de muita fruta, revelando pois ao "seu homem", ao agricultor, o verdadeiro valor da fruta.
Assim, consegue ainda a mulher levá-lo a olhar, com mais carinho e amor, a árvore que tais frutos deu, e a prodigalizar-lhe certos cuidados e amanhos julgados desnecessários.
Quantas facetas há, pois, neste assunto:
- aproveita-se a fruta;
- comem-se doces que regalam;
- a saúde agradece;
- e até a própria arvorezinha é engrandecida!
E afinal, todas as vantagens por quê? Porque, graças a Deus, já sabem ler!"

Não é simplesmente lindo?? Eu só acrescentaria neste final "graças a Deus, e a Salazar, já sabem ler!!!" Enfim, não consigo dizer mais, enchi-me de súbito duma nostalgia... Mas adoraria ter mais alguns volumes, sobretudo estou curioso da Série A que versa sobre "Doutrina" e Série B "Informação e Propaganda"; Agradece-se a quem tiver em sua posse algum outro volume desta "colecção educativa" que queira ceder, a colaboração e amabilidade de o ofertar, a bem da instrução!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

pés no céu. pintalgaste-me os pés de tinta dourada
escorrida das estrelas que escovavas
com acetona.
23/01/08

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Paraolímpicos e Atraso Mental



A propósito de Jogos Paraolímpicos, lembrei-me hoje duma história que tinha registado há uns tempos. Aqui fica...

"Hoje, ao ouvir a história de João Paulo, tomei conhecimento daqueles aspectos fabulosos e tão característicos da sociedade portuguesa, do vulgo Portugalinho. João Paulo está numa cadeira de rodas, tem menos de 30 anos, uma enorme vontade de viver e de conseguir coisas fantásticas para os deficientes com que contacta na associação desportiva onde jogam basquetebol. A propósito, segundo as entrevistas aos seus colegas de associação, quase todos são deficientes motores por terem sido atropelados. Só um pormenor, concluo eu... Como aquele Sr. que ficou 9 anos, sim 9 anos fechado em casa, simplesmente porque não tinha possibilidade de comprar uma cadeira de rodas para dali sair, nem ninguém que o ajudasse nisso... Outro pormenor, penso cá comigo. Mas o que mais ficou foi outra coisa ainda mais absurda. João Paulo, enquanto estava em casa, tinha por hábito falar com algumas pessoas através do chat do teletexto da RTP. Fez alguns amigos, segundo ele diz, e também encontrou uma namorada. Pois essa namorada conta como ele é uma pessoa maravilhosa, que faz tudo sozinho e que “só não anda. Ainda...” e nota-se-lhe o orgulho com que o diz. Mas a moça, bonita e dita “normal” conta também como muita gente não aceitou e não aceita o facto de ela namorar com um rapaz de cadeira-de-rodas. Conta como, incrivelmente, alguns amigos deixaram de lhe falar, de como na rua muitas pessoas deixaram de a cumprimentar, de como os olham de lado, de como dizem “Coitada, que pena. Lá vai ela com o deficiente. Ainda tão novinha, e bonita...” e coisas do género. É incrível, mas os portugueses conseguem este feito de discriminar, marginalizar, censurar pessoas “normais” que possam namorar, casar, amar, meu deus, amar deficientes. Confesso que fiquei parvo quando ouvi isto, e ainda não concebo nem consigo classificar tamanha possibilidade. Estou demasiado incrédulo para dizer o que quer que seja, mas é impressionante que este país ainda tenha primitivismos desta envergadura. 01/02/08"
Porque hoje em dia, essa coisa dos "Direitos Humanos" tornou-se num slogan fácil e moralista, que nos sai de rajada contra países como a China, tão defensores que somos dos mesmos. Depois, por trás dos bem falantes indignados, aparecem estas "coisinhas" mostrando que o atraso mental ainda é a nossa grande deficiência enquanto povo...

O Grande Acelerador de Hadrões... e a Alice

Pergunto-me: Por que raio aparece sempre uma "Alice" metida ao barulho??

Ainda por cima é suposto criar qualquer coisa como isto... Se houver mini buraco negro, já se sabe de quem será a culpa, não é?! Da Alice...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Fotografia Lee Jeffries



Fotos impressionantes. Há imagens simplesmente indescritíveis. Vidas tão esquecidas e tão belissimamente eternizadas... Não me canso de as ver e rever e sinto-as com uma enorme intensidade, uma avassaladora humanidade. Não deixem de espreitar!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ás de Trunfo

Se pudesse escolher
gostava de ser
o ás de trunfo
para cortar a direito
na bisca lambida
da vida.

sábado, 16 de agosto de 2008

DORIVAL CAYMMI

Se disserem que foi o cancro de que sofria há 10 anos que o levou... não acreditem. "A esposa, Stella Mares, está internada desde abril com problemas cardíacos e há dez dias entrou em coma. A neta disse que ele ficou muito abalado desde a internação da mulher com quem viveu por 68 anos. "Os últimos dias do meu avô foram muito difíceis, porque minha avó, que ligava para ele todos os dias, parou de ligar e ele percebeu que alguma coisa havia acontecido."
E assim, 10 dias bastaram.

Perde-se a doçura e candura inegualáveis que se espelham bem neste vídeo, ganha-se a música e as palavras de quem cantou o que de realmente importante a vida tem. E o que é que a baiana tem?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Necessidades

Preciso de um canto só meu, preciso da minha poesia, dos meus livros, dos meus discos. Preciso da minha guitarra. Preciso de mim, adormecido num fim de tarde solarengo, tranquilo e infantil, de livro no colo...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Peso & Medida

Finalmente fez-se luz, e percebi agora para que servem os POOCs (Planos Ordenamento da Orla Costeira)... Servem para impedir atentados e crimes incríveis como este. Edifícios de 20 andares quase dentro de água, pesca desenfreada, isso sim, tudo tudo legal.. Agora, distribuir maçazinhas na praia é que não, tenham lá paciência. Está certo, e eu que não percebia, que estúpido!!

PRECONCEITO DE ALUGUER


ALUGA-SE QUARTO A MENINA!
Porque os homens são porcos, feios e maus...
Rais vos parta portugas.

sábado, 9 de agosto de 2008

Eu sou melhor que você - MORENO VELOSO

Todo mundo acha que pode, acha que é pop, acha que é poeta
Todo mundo sempre tem razão, vence sempre e na hora certa
Todo mundo prova sempre pra si mesmo que não há derrota
Todo homem tem voz grossa e tem pau grande e é maior do que o meu, do que o seu, do que o de todos nós
Todo mundo é referência e se compara só pra ver que é melhor
Todo mundo é mais bonito do que eu mas eu sou mais que todos
Todo mundo tem suingue, é feliz, é forte e sabe sambar
Todos querem mas não podem admitir a coexistência do orgulho e do amor porque
Eu sou melhor que você (Boa Viagem)
Eu sou melhor que você mas por favor fique comigo que eu não tenho mais ninguém
Todo mundo diz que sabe e quando diz que não sabe é porque
é charmoso não saber algo que as pessoas já sabem como é
Todo mundo é original, é especial, é o que todos queriam ser
Não basta ser inteligente, tem que ser mais do que o outro pra ele te reconhecer
Todo mundo ganha grana pra dizer que ela não vale nada
Todo mundo diz que é contra a violência e sempre dá porrada
Todos querem se apaixonar sem se arriscar, nem se expor e nem sofrer
Todas querem vida fácil sem ser puta e com reputação
se reprimem e começam a dizer:
Eu sou melhor que você
Mas por favor fique comigo que eu não tenho mais ninguém.


Ou nas palavras de Álvaro de Campos, seria este um "poema em linha recta"...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Assentimento

- Ora homem, assente-se, cum raio!

E lá o fez, não percebendo claramente se assentava ou simplesmente assentia...