quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

caprichos reais

... farta de andar sempre a pé, a princesa desesperava pelo seu Príncipe Encartado...

domingo, 22 de dezembro de 2013

O "Lenço Enxuto" de Samuel Úria ou a grande poesia do pequeno mundo...

Encantador e impressionante, é incrível a beleza desta canção e deste poema. Sem palavras.
Do disco "O Grande Medo do Pequeno Mundo" Flor Caveira.


Lenço Enxuto (Samuel Úria)

Empresta-me os teus olhos uma vez
Que os meus não são de gente, apenas rapaz.
É só o tempo de me aperceber
Da visão que se turva para ser de mulher.

Empresta-me uma chávena de sal
E mostra-me a receita do caldo lacrimal.
É só o tempo de te convencer
Que nem precipitado consigo chover. 

Não é um adágio que nos persegue,
Que um homem só não chora porque não consegue.

Empresta-me esse efeminado luto;
Ser masculino é ter-se o lenço enxuto.
É só o tempo de me maquilhar
De pranto transparente (a cor de mulher).

Não nasci pedra, nasci rapaz
Que um homem só não chora por não ser capaz.

Os homens fazem fogo, com dois paus eles fazem fogo.
Por troca ensino-te a queimar.

Tu és corrente e eu finjo mar
Que um homem, para que chore, não pode chorar.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

a humanidade do senhor cavaco

receber um abraço do Cavaco Silva é assim mais ou menos como embater de frente num andaime. não sei, é o que me parece, é tão natural e profundamente humano como uma tonelada de betão armado.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

anglo-narco-discriminação


A Nigella Lawson até pode consumir cocaína (que pra mim era maisena mas tá bem!), mas 
também é evidente que o Jamie Oliver dá-lhe forte nos speeds há vários anos. E disto ninguém fala...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

tiradas de música

... Tu tens fortuna e eu não 
Podes comer salmão e eu só peixe miúdo 
Mas temos em comum o facto de ambos vermos 
A vida por um canudo 
Invertemos a ordem dos factores 
Pusemos números à frente de amores 
E vemos sempre a preto e branco o programa 

Que afinal é a cores.

Jorge Palma, 1982

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Festival Cinema Luso-Brasileiro (1 a 8 Dez) em Sta. Maria da Feira

Começou no Domingo  e decorre até ao próximo (dia 8 Dez) um dos mais fascinantes projectos residentes em Santa Maria da Feira, já na 17 ª Edição - o Festival de Cinema Luso-Brasileiro

É impressionante a longevidade de um festival deste tipo, desta constância de qualidade e originalidade renovada a cada ano. Tive oportunidade de ir apenas a duas ou três edições mas percebo a dimensão que tem e o interesse que desperta no meio, como uma mais-valia para a minha cidade, sempre com importantes presenças do cinema luso e brasileiro e espalhando "Castelinhos" pelos dois países. Este ano conta com homenagem a Joaquim Sapinho, numa retrospectiva da sua obra. 

Valerá a visita para locais e forasteiros, isso é certo!

Mais informações aqui:

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

a incapacidade de ser verdadeiro

"A Incapacidade de Ser Verdadeiro" - Carlos Drummond de Andrade por Antonio Abujamra

terça-feira, 19 de novembro de 2013

tiradas de música


... Quem poderá fazer

Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão!
Morrenasce, trigo
Vivemorre, pão


Drão

Gilberto Gil, 1981

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Gobi Bear, ou o ursinho português.

Gobi Bear, o ursinho que vem de Guimarães, é um projecto de banda de um homem só (ou de um só homem? qualquer coisa assim...) do jovem vimaranense Diogo Alves Pinto. 
Com passagem por Coimbra, onde gravou as primeiras demos, lançou neste mês de Novembro o seu primeiro álbum: Inorganic Heartbeats & Bad Decisions pela Murmürio Records, editora independente de Coimbra, vejam bem!

Com influências assumidas e perceptíveis de Eels, Bon Iver a José Mário Branco ou Sérgio Godinho, apresenta uma sonoridade limpa que nos transporta para ambientes macios, nuvens de algodão doce ou insufláveis aconchegantes, piscinas com ursinhos de peluche, não sei se me faço entender. Enfim, universos quentes e fofos, mas nunca entediantes, antes complexos e depurados, belos e tocantes.  
Mais um projecto muito interessante e a acompanhar com atenção, com muita qualidade e potencial para crescer e expandir horizontes, este ursinho merece destaque e amigos... 
Entrevista aqui
Site aqui (onde se pode comprar o álbum em formato digital ou em cd)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

goal average à portuguesa...

uma das expressões estrangeiradas que mais me orgulho de termos inventado é "bola averagem" (não sei se será correcto escrever assim, talvez bola à varage...) mas enfim, que se mantenha de tão nossa, e de facto sabe tão bem às vezes ganhar e poder dizer por bola averagem.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

no outono...



...chega o frio e a chuva, o vinho tinto e a poesia...

"Amor como em casa"

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina, in Todas as Palavras

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É de certa forma redentor, e há que dizê-lo: Manuel Maria Carrilho é o Paco Bandeira dos intelectuais.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Stay on the wild side...

Acho que cheguei a Lou Reed através desta música, num videoclip onde ele aparecia vestido de galinha. E acho que é uma boa maneira de chegar a Lou Reed, ainda hoje...

Modern Dance, do disco "Ecstasy" de 2000.
...Maybe I'm not cut out for city life
the smell of exhaust, the smell of strife
and maybe you don't wanna be a wife
it's not a life being a wife...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"Skyfall" - Lado A

Uma das melhores músicas de James Bond, é hoje o lado A, por Adele.


"Skyfall" - Lado B

E o lado B, por Igor Presnyakov, um guitarrista que faz versões de músicas nomeadamente várias. Um arranjo porreiro, num inglês meio "embromado" como diriam os brasileiros, mas não deixa de ser uma pérola. 

Mais no youtube ou no site http://www.igorpresnyakov.com/

"Skyfall" - Lado C

E desta vez, a título excepcional porque de facto é merecido e inolvidável, aqui fica o lado C desta música, pelo Coro Militar Russo, que... enfim... não tenho palavras.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"A Máfia senta-se à Mesa - histórias e receitas da onorata societá" de Jacques Kermoal e Martine Bartolomei






Tinha trazido este livro da feira do livro já no remoto e saudoso ano de 2009 (quando ainda se fazia na Praça da República) por 2,5€, mais uma daquelas pechinchas perdidas pelos amontoados 
de livros à espera de olho cirúrgico. Ainda andam por aí alguns exemplares, que eu sei. 
Por coisas da vida, apenas tinha folheado aqui e ali, mas só agora li "A Mafia Senta-se à Mesa - histórias e receitas da Onorata Societá" com a devida atenção.

A originalidade do livro está na abordagem à gastronomia italiana e essencialmente siciliana, partindo do conhecimento acerca da máfia e dos seus principais actores, e de acontecimentos que a caracterizam ao longo da sua existência. Sempre numa perspectiva jogada à mesa, através do relato de encontros em que o acto de comer está presente de forma vincada, sendo um aspecto cultural profundamente enraizado no seu modo de estar e a que estes personagens dedicavam ritualidade, respeito e dedicação. É à mesa que, nestas organizações, muito se resolve, que muito se discute e decide, e também se percebe como a alimentação e a mesa servem quase sempre como veículo de emoções, vontades e expressam sentimentos ou reflectem e estabelecem patamares de poder, balizando as relações de forma subtil, revelando verdades acerca dos seres.

À mesa os anfitriões presenteiam, oferecem a sua generosidade, na forma mais pura ou nobre (ser o próprio a cozinhar a refeição é o exponencial máximo desse privilégio) mas também podem mostrar o reverso, subjugando, humilhando e inferiorizando o outro (mesmo quando esse outro possa ser Mussolini ou Frank Sinatra...) em situações profundamente confrangedoras e desleais. 
Os relatos têm por base a investigação jornalística feita pelos autores e decorrem ao longo da história desta sociedade mafiosa, com o enquadramento acerca dos participantes e do motivo de estarem juntos "à mesa" naquelas circunstâncias, sempre com a descrição pormenorizada do que foi a sua ementa, seguindo-se a das receitas que a constituem e vinhos que as acompanharam.
Aqui, os maus e vilões pousam a metralhadora e a soqueira para agarrar com requinte de verdadeiro gourmand, a faca e garfo e já agora, o copo de vinho. Ele há coisas!
  
Editorial Teorema
210págs
PVP: 13€

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Abençoado sejas Paulo Portas! Que és um anjo para os velhinhos... e para os vendedores de submarinos. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um senhor Arinto da Bairrada!

Marquês de Marialva Arinto Reserva 2011

Ano: 2011

Castas: Arinto 100%


Preço: 3€ (Auchan)

Nota de Prova: 

Vinho marcante, dos brancos mais interessantes que já bebi. Boa cor, límpido, brilhante, amarelo citrino. Aroma contido, notas de fruta e alguma doçura. Excelente estrutura e equilíbrio, frutado, cheio na boca, notas de citrinos, lima, ananás, e um final longo e com alguma untuosidade adocicada, quase biscoito (conferido pela madeira - 30% do vinho em barrica de carvalho francês). Vinho em perfeito equilíbrio e muito bem construído, elegante: corpo, acidez e paladar, muito prazeroso e de grande personalidade. Complexo, denso e diverso nas nuances que transmite, altamente gastronómico e concerteza versátil por isso mesmo. Uma magnífica proposta da Adega de Cantanhede, este Arinto estreme, um vinho que vale cada cêntimo e com arcaboiço para aguentar uns anos em garrafa. (3€ PVP Feira Vinhos)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A "Quinta de Contos" da Camaleão não pode acabar...

A notícia é triste e lamentável: a Camaleão, associação cultural de Coimbra, vê-se obrigada a suspender a iniciativa "Quinta de Contos" que promovia no Ateneu de Coimbra desde 2001, por falta de condições financeiras, sem qualquer apoio de outras instituições, sobretudo a CMC. 


A Quinta de Contos acompanhou a minha vida em Coimbra ao longo destes anos, e apesar de mais recentemente não ter possibilidade de ir, sempre ficava aquela nostalgia de querer ir, e de pelo menos, saber que lá estava, como um sonho bom.
Não sei quando foi a primeira vez, mas de certeza que terá sido mágica, como todas as outras que se seguiram.
A iniciativa da Camaleão no espaço do Ateneu de Coimbra é daqueles milagres que estão a um simples passo de nós, basta que subamos a escada junto ao largo da Sé Velha, para aquele mundo encantado. Assim, tão fácil e desgarrado, numa generosidade desmesurada de quem a fazia acontecer todos os meses. Assisti a momentos únicos de arte, convívio, comunhão em volta da palavra dita. Riso, comoção, gargalhada sincera e lágrima ao canto do olho, lições de vida, humanidade pura naqueles minutos em que os contadores se dispõem e entregam a dar um pouco de si, das suas histórias e de outros que lhes chegam ou até que inventam. Lembro-me bem da Helena (voz de algodão doce, de outro mundo), do Geraldo sempre com o humor afiado em notas de ironia genial (os dois principais impulsionadores do projecto, sempre presentes), dos convidados especiais: o Serafim, o Quico Cadaval, tantos outros, num espaço único e aconchegante que precisava também de ser vivido, de ser ocupado de vida, de companhia. E estas quintas eram também um pouco disso. Sempre acompanhado de um Porto ou um Favaios a preço de amigo, a noite iluminava-se naquele palco ao nível do chão, naquele calor de ouvidores que se juntava em grande número.
E sempre sempre, de forma gratuita. Talvez que se consiga retomar, mesmo sem apoio, não sei se com a cobrança simbólica às entradas (se soubesse que assim funcionava, sem qualquer apoio, teria tido todo o gosto em ter contribuído pagando algo à entrada), mas percebo que esse não é o espírito. Apesar de julgar que teriam a compreensão dos participantes e a adesão continuaria. 
Espero que alguma coisa se possa fazer, porque esta iniciativa não pode morrer, é muito, é demasiado o que se perde e espero que se consiga forma de continuar a desfiar contos e vida no Ateneu de Coimbra. Só uma vez por mês, mas que era tanto tanto.. numa cidade onde falta cada vez mais sonho e palavras de esperança.

Notícia aqui

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

À mesa, como na vida...

"S. E. Ruffini era um fino gastrónomo dotado de um apetite de passarinho; Don Calogero um comilão para quem o requinte de uma refeição contava menos que a quantidade de comida no prato.
A caldeirada de peixe branco tinha a untuosidade que deleitava o cardeal. Don Calo renunciara a servir-se da faca de peixe em benefício de um só garfo, mais um bocado de pão para arrastar.
(...)
A seguir à caldeirada vieram enrolados de carne com alcachofras e Don Calo contemplava o seu prato com o desespero de um glutão lesado por um gastrónomo. Terminado o almoço, prometeu a si próprio mandar servir no hotel Sole uma refeição à sua altura, com um bife de, pelo menos, quatrocentos gramas."
                    tirada do livro "A Mafia senta-se à Mesa - histórias e receitas da onorata societá" de Jacques Kermoal e Martine Bartolomei.

Uma das cenas em que a máfia, pela pessoa de Don Calogero, se senta à mesa do clero cúmplice, genial pela forma como apresenta e espelha esta tão distinta forma de comer, de olhar a comida enquanto acto social, no fundo, duas formas perfeitamente antagónicas de estar à mesa e na vida.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O melhor mês de todos meses do Livro de Assentar (ou o livro de recordes de trazer por casa...)

O mês de Setembro foi o que teve mais visitas aqui ao blog, desde que cá estou a "assentar" (470 visualizações), que é assim como a vitória do PS nas últimas eleições autárquicas:  dizem que é a maior de sempre, mas no fundo no fundo, apenas dá para continuar mais algum tempo. E é sempre bom seguir em companhia...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Tribunal Constitucional, Passos Coelho e o trabalho forçado...

Nós, portugueses, temos uma tendência natural para ser injustos. Muito injustos. Dizemos e sempre dissemos que há uma classe de juízes privilegiada que ganha muito e faz pouco, e criticamos o governo actual. Pois bem, tomemos consciência que nisso, há que tirar o chapéu a estes senhores, nunca nenhum governo deu tanto trabalho aos juízes aburguesados do Tribunal Constitucional. E neste campo, eu digo, continua Passos, estás a fazer um trabalho do caraças! 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Biblioteca mais recheada...

Novas entradas na biblioteca! Finalmente, o tão procurado e difícil de encontrar "Livro de Bem Comer" de José Quitério, Assírio & Alvim 1987 e a "Arte de comer em Portugal na Idade Média" de Salvador Dias Arnaut, INCM 1986. Duas preciosidades, de que darei conta após deliciosa leitura.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cristina Branco e a Branca Aurora

A Gisela João veste como a Björk, mas a Cristina Branco canta que até dói. 
É o que eu acho.


Restaurante "A Cozinha do Manel" - Porto


Espaço mítico no Porto na Rua do Heroísmo (Campanhã), ao entrar logo se percebe e confirma: mantém traça de taberna antiga ao longo do balcão da entrada, repleta de objectos antigos, vinhos de colheitas vetustas, galeria de fotos imponente, perpetuando o momento de visita de ilustres personagens. Em continuum a cozinha à vista, o forno a lenha, a sala ao fundo. Acolhimento simpático pelos proprietários, como se familiar apesar de ser a primeira visita. Sala pequena, acolhedora, tranquila. A carta apresenta uma cozinha regional, de raiz, com identidade: Bacalhau, Rojões, Cabrito, Vitela assada, fazendo bom aproveitamento do forno a lenha de que dispõem. Optamos pelos Filetes de Polvo com arroz do mesmo - 13€ (não se esqueça, com a Casa Aleixo mesmo ali ao lado) e pelas inevitáveis Tripas à moda do Porto (11€). Couvert com pão e broa de Avintes, bom.

Tripas impecáveis, em tacho elegante de ferro fundido, excelente dose, acompanhadas de arroz. Muito bem feitas, bastantes enchidos, orelha, mão de vaca, "folhos e touca", tempero na dose certa, sem excessos de gorduras ou "curtimenta de lume". Filetes também em boa dose, com arroz muito saboroso a acompanhar, seco e leve, mas o polme da fritura meio molengo, faltando a crocância correspondente que se pede, apesar de saborosos, mas a trazer a nostalgia do especialista vizinho, de facto imbatível nesse "métier". 
Uma carta de vinhos coerente, preços equilibrados e propostas em todas as gamas, espumantes e champagnes, forte carta de bar nos digestivos, tem vinho da casa. Copos e temperaturas correctas, faltando as opções a copo. 
Serviço rápido mas sem acompanhar a simpatia dos patrões por parte do empregado que nos serviu, apesar de eficiente e sem falhas.
Um espaço que merece sem dúvida uma visita, fiel depositário de boa comida tradicional nortenha sem desvios à sua fidelidade, um local com história e passado e muito agradável de se estar. 
Boa relação qualidade-preço.

A Cozinha do Manel
R. do Heroísmo 215
Tel: 225363388
Email: cozinha.do.manel@gmail.com

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

"A Case of You" - Lado A


"A Case of you - Lado B


Mais um Lado B, mas este em bom. Versão incrível de Ana Moura no seu disco mais recente "Desfado". Impressionante.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A "pura falta" de Manuel António Pina

Na minha biblioteca socorro-me de Manuel António Pina e percebo que "Todas as palavras" apesar de tudo foram poucas, e que mesmo com o tanto que deixaste, tanta falta fazes cá. Apesar de tudo...


"A pura falta"


Tudo é sabido onde
alguma coisa fala de si própria
e de falar de isso
e de falar de falar.

Aquilo que está cada vez mais longe,
a pura falta de coisa nenhuma,
é o que Conhece e É
a sua indizível inexistência.

Nós, os maus, onde
                                         é fora de fora de tudo,
                                         eternamente regressamos
                                         ao sítio de onde nunca saímos.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Bronson" - o Filme e o Personagem

O filme estava quase no fim, mas não deixei de ficar fascinado pelos poucos minutos de "Bronson". Filme de 2008, do realizador Nicolas Winding Refn que recria de forma estilizada a vida de "Charlie Bronson", de nome verdadeiro Michael Peterson,  considerado o prisioneiro mais violento do Reino Unido. 
Adquiriu este nickname nas lutas de boxe clandestinas, em referência ao conhecido "actor" e a história é simples: um assalto à mão armada ao posto dos correios (em 1974), dariam sete anos de pena de prisão, mas pela agressividade e crimes repetidos na prisão, chegando mesmo a sequestrar o professor de arte da mesma (esta é a cena genial que apanho já quase no final do filme) ficou preso até aos dias de hoje, grande parte do tempo em confinamento solitário. 
Bronson foi desenvolvendo um alter ego e tentou sempre combater o sistema, revelando uma personalidade excêntrica em muitos aspectos mas que se espelhou também na produção de arte. Uma figura especial, incrivelmente interpretada por Tom Hardy, que vale a pena conhecer. Toda a sua biografia, trabalhos que desenvolveu desde arte à poesia, livros dele e sobre ele, merchandising e trabalhos que inspirou, no site sobre esta personagem. 

Continuam as campanhas para a sua libertação mas sem sucesso. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"As Esganadas" de Jô Soares

Jô Soares volta com novo policial "As Esganadas", pela Editorial Presença que também reedita toda a sua obra anterior. Num tom leve e divertido, apesar da temática do assassinato em série, Jô traz-nos um livro "fácinho" de ler em que o assassino é conhecido à partida, a sua motivação também e onde existem curiosidades interessantes para nós, portugueses.
Passado em pleno Estado Novo brasileiro, na ditadura de Getúlio Vargas (época que muito interessa ao autor) as referências a Portugal são muitas e diversas: desde o delicioso pormenor de as vítimas além de mortas trazerem à sua morte um qualquer doce português que lhes "enche as medidas" de uma ou outra forma; até à participação de um inspector português Tobias Esteves que Jô fantasia como sendo o próprio "Esteves sem metafísica" da Tabacaria de Álvaro de Campos, e que ajuda na investigação e captura do culpado, perfumando o romance com um humor non-sense constante; passando pela presença de Vasco Santana (apresentando uma revista à portuguesa no Rio Janeiro) ou Manoel de Oliveira (sim, o realizador) como corredor de automóveis no Circuito da Gávea. 
Uma escrita despretensiosa, bem humorada num enredo interessante e que nos envolve até chegarmos ao fim.

PVP 13€; Edição da Editorial Presença 2013


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Mapa Mundi"

        Coimbra, julho12

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

"Life Patchwork"

             Coimbra, Maio 13 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

"Sombras de alguém", rolos perdidos com gente dentro


Fotografias reveladas de rolos antigos, perdidos ou esquecidos pelo mundo e pela vida, de gente, sítios, momentos anónimos. Filipe Bonito começa esta aventura, numa máquina usada que trazia consigo um rolo não revelado, e desde aí que colecciona máquinas com rolos dentro ou rolos por revelar. Fotos antigas e encantadoras, que ele traz de volta. Gente que talvez nunca as verá, sombras de si mesmo, "Sombras de alguém" como lhes chama. Alguns sítios já se conseguiram identificar, quem sabe se algum protagonista ou autor dessas fotos algum dia também. Para já ficam as fotos, cada um que invente a sua história...
Galeria aqui. Fotos do próprio também aqui.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"First Taste"

Não me lembro com que faria estas caretas em criança, mas mesmo agora se trincasse limão como um dos pequenitos, não deveria andar longe.
Vídeo de Saatchi & Saatchi, projecto "First Taste" feito para o TEDEx Sydney13.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

"Não Existe Amor em SP" - Criolo

Depois de outros cantarem São Paulo, como Caetano ou Rita Lee, este "Não existe amor em SP" do Criolo, é qualquer coisa de maravilhoso.
O disco completo  "Nó na Orelha" está disponível em download gratuito aqui.

E já agora, porque não, a entrevista que deu à Gabi, para conhecer a figura.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cavaco, qual montanha.

E Cavaco pariu um rato, um coelho e uma cagarra....

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"O amparo fica à porta"

Alpedrinha, Jun13

terça-feira, 11 de junho de 2013

Monte dos Cabaços C. Seleccionada 2007 Tinto






Monte dos Cabaços Colheita Seleccionada

Ano: 2007

Castas: Touriga Nacional, Aragonez, Alicante Bouschet

Produtor: Monte dos Cabaços - Estremoz

Preço: 6,79€ (Auchan)

Nota de Prova: Cor carmim, límpido e brilhante. Contido no aroma, alguma fruta e acidez. Na prova revela algum álcool, muita jovialidade com uma acidez vincada. Corpo médio. Sabores a cereja, groselha, final especiado. Foi abrindo ao longo da prova, melhorando com arejamento, num vinho interessante, equilibrado mas a que falta algum corpo, maior densidade.