sábado, 22 de fevereiro de 2014

"Homemnidades I"

Poder olhar para um aparelho eléctrico avariado, e afirmar categórico:
 Isso é do termóstato...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Um Adeus Português a Fernando Tordo...

Um dos nossos mais recentes emigrantes, Fernando Tordo vai para o Brasil em busca de uma vida com oportunidades, com possibilidades, enfim com futuro. Aos 65 anos, como diz o filho, sozinho e de guitarra na mão, é obra. 

Dá-me uns ares de tragédia, e é mais uma triste inevitabilidade como tantas outras infelicidades do país em que vivemos. Mas de facto trágico seria não termos tido e não continuarmos a ter Fernando Tordo, na sua genialidade artística e dignidade enquanto artista, na sua rectidão e pertinência enquanto português. E não termos o tanto que nos deu, enquanto povo, de cultura e ar fresco em momentos de escuridão, e não se esqueça também isso: que este homem imprimiu bem fundo no ADN português, coisas como a liberdade, o pensamento crítico, a coragem de espírito livre, e que essa é uma herança que não se apagará. E que é bom nunca esquecer. 
E se este país o sufoca, o mirra como a tantos outros, então só ganharemos com a sua partida, porque teremos o que precisamos (e talvez até nem o mereçamos), de mais, de muito mais Fernando Tordo. 
dizia que o país lhe morria
porque fugia do que lhe doía
matando-o por dentro
Fernando Tordo

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

tiradas de música

... Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes gestos naturais

Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo
Indo mais fundo
Tins e bens e tais

Caetano Veloso, 1984

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Refeiçoar. (v) Refazer-se; tomar refeição; acto da refeição (alimentação)

o que é de facto incrível, é chegar a esta altura da vida sem nunca ter refeiçoado...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


Foto Ryan Matthew Smith

o exacto instante em que a clara de ovo de transparente se faz branca, é um poema em si mesmo.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

José Quitério, personalidade na gastronomia de sempre...

O grande exemplo e a apuradíssima lucidez aos 71 anos do nosso Larousse Gastronomique em forma de gente, o gigantesco José Quitério que recebe agora justamente a distinção de Personalidade do Ano na Gastronomia 2013 pela revista WINE - A Essência do Vinho. 
Uma figura quase erimítica e mitológica, que não precisa de motores de busca ou Wikipedias, senão dos índices e livros da sua biblioteca pessoal e da sua máquina de escrever. 
Sempre acutilante e crítico com o entusiasmo mediático em torno do universo da gastronomia, diz "Está excessivamente na moda. A palavra gourmet já não quer dizer nada nos dias que correm", citando o Expresso, jornal onde escreve as suas críticas gastronómicas desde 1976.

Leia-se também a propósito esta excelente reportagem sobre críticos gastronómicos
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-vida-dos-criticos-de-gastronomia-1438895

Estou a ler actualmente o seu delicioso "Livro de Bem Comer"  de 1987, e é espantoso também perceber a capacidade e o nível criativo da sua escrita na crónica, muitas vezes profundamente poético e sempre altamente erudito, a fazer jus aos seus ídolos literários pela elevação da sua escrita.  
Pela obra, pela postura e ética, pela contribuição incomensurável à gastronomia portuguesa e sua história, ele até aceitou o prémio, mas será sempre pequeno e insignificante perante tal figurão.  

Notícias aqui:
http://expresso.sapo.pt/jose-quiterio-eleito-personalidade-do-ano-na-gastronomia=f853534
http://mesamarcada.blogs.sapo.pt/revista-wine-premeia-os-melhores-do-535806