segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Oferta de Emprego

Oh meu querido Maradona, se me estás a ouvir (que é como quem diz, lêr...) aqui fica, para o caso de essa coisa de seleccionador da Argentina não dar certo, tens o teu futuro garantido. Vale?

Vale..

domingo, 11 de janeiro de 2009

gaza

Fala-se muito, escreve-se bastante, opina-se e analisa-se. Defende-se uns e outros, atacam-se ambos. Para mim é simples. Não passam de monstros a brincar com vidas, vidas inocentes como qualquer uma das nossas. Lado bom? Não vejo nenhum... Coloco apenas a fotografia que mais me disse, de tudo o que tenho visto e que me faz questionar:
Conseguimos nós verdadeiramente perceber o que será isto?

(s.m.) laço de couro com que os vaqueiros prendem o chapéu ao queixo (também...)

Há lá palavra, na língua portuguesa, mais formidável que berbicacho? Não há.

MINILOGUE-Animals (video animation)


Minilogue - Animals from ljudbilden on Vimeo.

Não sei, pá. Gosto disto. Não sei. É giro. Gosto. Não sei, se calhar não. Mas gosto. Gosto...
Mais aqui. A música excelente é dos Minilogue.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Portugal sem Nós...

Curiosa esta visão e extrapolação biológica sobre o que seria Portugal sem os portugueses (que dizem que também são humanos...). Um breve ensaio com hipotéticas previsões do que aconteceria ao Portugal dos bichos e plantinhas se nós desaparecessemos daqui, e de como isto se desenvolveria, como as nossas cidades e ambientes antropogénicos seriam invadidos e "utilizados" pelos seres vivos que nos acompanham. Fascinante esta abordagem. A ler no blog de Luís Azevedo Rodrigues, http://blogs.publico.pt/cienciaaonatural/, os posts "Cidades sem pessoas I e II".

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

COLISÃO: que ganda filme!!

O Record é um bom jornal, disso não há dúvidas... E se dois Records saem por 1,50€ é bom. É bom se trouxerem consigo filmes. Foi o que aconteceu esta semana. E logo com um filme destes.. Colisão é um ganda filme. Impressionante mesmo. A receita é batida, confesso. Mas não deixa de ser genial. Realizado por Paul Haggis (argumentista do também fabuloso Million Dollar Baby), traz-nos uma série de vidas cruzadas, mas não é isso que interessa, podiam nem ser. O brillhante no filme é a forma como nos faz pensar nas ideias que criamos, no preconceito, no que temos como predefinido e sobre a forma como isso afecta as nossas vidas e das outras pessoas. Como podemos ter várias facetas, como somos diferentes em cada caso, em contextos diversos e como somos diferentes para diferentes pessoas. É essa relatividade humana, esse outro lado que muitas vezes nos não deixa ver a realidade ou além das aparências e das primeiras impressões. Um elenco não muito mediático mas de luxo. Não há muito a dizer, apenas que é um filme que tem de ser visto. Ah, e o Record também trazia umas quantas notícias bem giras...
Críticas aqui e aqui. Site oficial do filme aqui.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

AFRICA.CONT - Centro Cultura Africana Contemporânea

Considero, ao contrário de muitas críticas e vozes contra o projecto, que um centro para a cultura africana contemporânea em Lisboa "Africa.cont" é uma ideia excelente e com enorme potencial e de grande importância. Penso que é um projecto muito interessante pelo que poderá promover e trazer à cidade. O projecto de arquitectura e construção do espaço foi atribuído a David Adjaye, que segundo notícia aqui, planeia criar uma "praça pública" junto à Rua das Janelas Verdes e à Av. 24 Julho, com o reaproveitamento de quatro edifícios antigos a serem recuperados, velhos armazéns de mercadorias (o que acho formidável, Lisboa precisa desta visão, e não de mais mamarrachos pseudo-modernistas...) e criando dois novos edifícios envolvendo a futura praça. Vejo com entusiasmo este projecto e parece-me uma escolha muito acertada, pelo que vi do trabalho deste arquitecto que pode ser espreitado aqui. A ver vamos, se as coisas não engasgarem e desviarem do trilho à boa maneira portuguesa e muito autarquico-lisboeta. A ver vamos...
Notícias aqui e aqui. Críticas e questões pertinentes aqui.
Pdf do projecto aqui.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mário Nunes e a Nossa Senhora

O vereador da Cultura de Coimbra, Mário Nunes, cuja intervenção oratória iluminada tem honras de blog à altura, teve mais uma tirada brilhante, e que denota bem a preocupação do sr. avariador com a cultura da cidade de Coimbra e o nível da sua intervenção e visão de futuro e o papel fundamental que tem tido no desenvolvimento da mesma. Nada em Coimbra será igual depois do trabalho que tem feito, e a marca fica também pela defesa do que realmente interessa nesta área da cultura. Cá fica, a propósito dos recentes e já costumeiros ataques de vandalismo ao Presépio da Praça 8 Maio:
“Desta vez foi uma desgraça. A Nossa Senhora está uma vergonha. Tiraram uma orelha à vaca, dedos aos pastores e aos magos e esfrangalharam braços”.
Rematou assim: “Só me apetece chorar. Estão a brincar com a arte e a memória do artista”.
Chega a ser desarmante e enternecedor... Mas a chorar, já há muito nós estamos, pelo estado a que chegou a actividade cultural em Coimbra. Ou a ausência dela. Valha-nos Nossa Senhora....

Coisas Estranhas



Calculo que, com todas as actualizações que o meu Windows Vista me pede constantemente, já deve estar mais coisa menos coisa por meados do ano 2050...

domingo, 4 de janeiro de 2009

homem-elefante

"Lembro-me em menino de acompanhar a minha avó ao mercado. Um dos vendedores sofria de elefantíase. Eu olhava para o pé dele, um trambolho imenso, e invejava-o. Acreditava firmemente que o homem estava em transição para elefante..."
José Eduardo Agualusa in As Mulheres do Meu Pai

COIMBRA DO CHOUPAL

Ficámos há uns dias a saber, segundo notícia aqui e aqui, que afinal vamos ser compensados, nós, malta da Lusa Atenas. Finalmente confirmado o projecto de viaduto que servirá as vias IP3/IC2/IC3 e que vai afectar "ligeiramente" a Mata do Choupal de Coimbra. O aval está dado, firmado pelo Ministério do Ambiente. E digo ligeiramente, porque todos sabemos que um corredor de betão e alcatrão de alguns quilómetros a atravessar uma mata, tem tão poucos impactos nesse ecossistema florestal e na vida dos seus bichinhos que mal se notam. Não há ruído, luminosidade, emissões, não há quebra do continuum vegetal, não há nada que possa afectar aquele monte de árvorezinhas que por ali estão, a abrigar uns pardalitos que até vão gostar do "movimento"... Acontece que esta mata não é apenas isso. E digo também que ainda por cima saímos compensados, nós, que vivemos em Coimbra, porque teremos várias árvores plantadas noutro local para podermos delas disfrutar como convém. E lá, onde estão, numa Mata que é só o melhor e mais importante espaço verde de Coimbra (ou era...), até nem fazem tanta falta. No fundo, será maravilhoso, e reflecte bem a visão actual: para os nossos desgovernantes não há árvores, há apenas créditos de carbono, não há ambiente, há economia ambiental, e toca a arranjar uns plátanos pra malta equilibrar a coisa, não vá a desflorestação afectar o balanço de emissões. Mas isto, embora triste, inacreditável e inclassificável, até já sabíamos, tamanha a actividade de um ministério que dizem existir em Portugal, e que dizem ser do ambiente. É mais ao menos, e ironicamente, como o Lince Ibérico no nosso território, dizem que há, mas ninguém o vê... E quando se vê, é para firmar assinatura em mais um projecto que em nada respeita a natureza e o nosso património natural, pelo contrário. Isso também nós já tinhamos percebido. Custa, mas custa ainda mais ter sido este documento assinado por um Sr. Humberto Rosa, secretário estado, que só por acaso se licenciou em Biologia e é Prof. Auxiliar na FCUL. Custa ser um biólogo a assinar um parecer favorável a uma obra deste tipo, numa declaração de impacte ambiental que não coloca sequer soluções e traçados alternativos, e que propõe medidas compensatórias absolutamente ridículas para o impacto que terá no Choupal. É triste, é doloroso. Não se percebe para que servem os EIA em Portugal, não se percebe para que existe o Ministério do Ambiente em Portugal, não percebo o que faz um biólogo num cargo deste tipo, quando tem este tipo de acção (ou inacção), quando o único papel que tem é o de deixar uma assinatura em jeito de parecer redentor em situações sucessivas de crimes ambientais que vão fazendo as delícias dos "evolucionistas" do betão e dos defensores do pseudo-desenvolvimento sob a capa protectora do supremo "interesse público" que tanto nos tira do que temos de melhor no país e nas nossas cidades. Trauteemos então, a letra de José Galhardo, enquanto ainda faz sentido....Coimbra do Choupal, ainda és capital do amor em Portugal, ainda...
Depois disto, talvez que nos reste ainda o amor, talvez... até que o interesse público nos obrigue também a alcatroar o coração.

sábado, 3 de janeiro de 2009

FERREIRA GULLAR


Ferreira Gullar é um dos grandes poetas brasileiros do século XX, nascido na cidade de São Luis do Maranhão em 1930, e um dos meus predilectos. Esteve na vanguarda do movimento poético e artístico brasileiro a partir dos anos 50, na origem do designado movimento concretista e depois neoconcretista, tendo-se voltado mais tarde para a cultura popular, e desenvolvido um papel importante de luta contra a injustiça social e opressão durante a ditadura militar. Tem um site excelente, onde se pode conhecer a obra escrita, e a pequena maravilha de alguns poemas ditos por ele poderem ser ouvidos, além dos "e-poemas", poemas gráficos com animações simples. A visitar aqui


Tato

Na poltrona da sala
as mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza do osso da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus

A morte é uma certeza invencível

mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo

(Ferreira Gullar in Muitas Vozes)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ah BB, és o maior!!



Texto lindíssimo e ligeiramente doloroso (como sempre...) de Baptista-Bastos sobre o terminar do ano e do novo que nos surge. "E, no entanto, é preciso sonhar."

começo o ano assim...

Letreiro

Porque não sei mentir,
Não vos engano:
Nasci subversivo.
A começar por mim – meu principal motivo
De insatisfação –,
Diante de qualquer adoração,
Ajuízo.
Não me sei conformar.
E saio, antes de entrar,
De cada paraíso.


Prelúdio

Reteso as cordas desta velha lira,
Tonta viola que de mão em mão
Se afina e desafina, e donde ninguém tira
Senão acordes de inquietação.

Chegou a minha vez, e não hesito:
Quero ao menos falhar em tom agudo.
Cada som como um grito
Que no seu desespero diga tudo.

E arrepelo a cítara divina.
Agora ou nunca – meu refrão antigo.
O destino destina,
Mas o resto é comigo.

Miguel Torga

e assim...