Nós, portugueses, temos uma tendência natural para ser injustos. Muito injustos. Dizemos e sempre dissemos que há uma classe de juízes privilegiada que ganha muito e faz pouco, e criticamos o governo actual. Pois bem, tomemos consciência que nisso, há que tirar o chapéu a estes senhores, nunca nenhum governo deu tanto trabalho aos juízes aburguesados do Tribunal Constitucional. E neste campo, eu digo, continua Passos, estás a fazer um trabalho do caraças!
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Biblioteca mais recheada...
Novas entradas na biblioteca! Finalmente, o tão procurado e difícil de encontrar "Livro de Bem Comer" de José Quitério, Assírio & Alvim 1987 e a "Arte de comer em Portugal na Idade Média" de Salvador Dias Arnaut, INCM 1986. Duas preciosidades, de que darei conta após deliciosa leitura.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Cristina Branco e a Branca Aurora
A Gisela João veste como a Björk, mas a Cristina Branco canta que até dói.
É o que eu acho.
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Restaurante "A Cozinha do Manel" - Porto
Espaço mítico no Porto na Rua do Heroísmo (Campanhã), ao entrar logo se percebe e confirma: mantém traça de taberna antiga ao longo do balcão da entrada, repleta de objectos antigos, vinhos de colheitas vetustas, galeria de fotos imponente, perpetuando o momento de visita de ilustres personagens. Em continuum a cozinha à vista, o forno a lenha, a sala ao fundo. Acolhimento simpático pelos proprietários, como se familiar apesar de ser a primeira visita. Sala pequena, acolhedora, tranquila. A carta apresenta uma cozinha regional, de raiz, com identidade: Bacalhau, Rojões, Cabrito, Vitela assada, fazendo bom aproveitamento do forno a lenha de que dispõem. Optamos pelos Filetes de Polvo com arroz do mesmo - 13€ (não se esqueça, com a Casa Aleixo mesmo ali ao lado) e pelas inevitáveis Tripas à moda do Porto (11€). Couvert com pão e broa de Avintes, bom.
Tripas impecáveis, em tacho elegante de ferro fundido, excelente dose, acompanhadas de arroz. Muito bem feitas, bastantes enchidos, orelha, mão de vaca, "folhos e touca", tempero na dose certa, sem excessos de gorduras ou "curtimenta de lume". Filetes também em boa dose, com arroz muito saboroso a acompanhar, seco e leve, mas o polme da fritura meio molengo, faltando a crocância correspondente que se pede, apesar de saborosos, mas a trazer a nostalgia do especialista vizinho, de facto imbatível nesse "métier".
Uma carta de vinhos coerente, preços equilibrados e propostas em todas as gamas, espumantes e champagnes, forte carta de bar nos digestivos, tem vinho da casa. Copos e temperaturas correctas, faltando as opções a copo.
Serviço rápido mas sem acompanhar a simpatia dos patrões por parte do empregado que nos serviu, apesar de eficiente e sem falhas.
Um espaço que merece sem dúvida uma visita, fiel depositário de boa comida tradicional nortenha sem desvios à sua fidelidade, um local com história e passado e muito agradável de se estar.
Boa relação qualidade-preço.
A Cozinha do Manel
R. do Heroísmo 215
Tel: 225363388
Email: cozinha.do.manel@gmail.com
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
"A Case of you - Lado B
Mais um Lado B, mas este em bom. Versão incrível de Ana Moura no seu disco mais recente "Desfado". Impressionante.
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segunda-feira, 16 de setembro de 2013
A "pura falta" de Manuel António Pina
Na minha biblioteca socorro-me de Manuel António Pina e percebo que "Todas as palavras" apesar de tudo foram poucas, e que mesmo com o tanto que deixaste, tanta falta fazes cá. Apesar de tudo...
"A pura falta"
Tudo é sabido onde
alguma coisa fala de si própria
e de falar de isso
e de falar de falar.
Aquilo que está cada vez mais longe,
a pura falta de coisa nenhuma,
é o que Conhece e É
a sua indizível inexistência.
Nós, os maus, onde
é fora de fora de tudo,
eternamente regressamos
ao sítio de onde nunca saímos.
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
"Bronson" - o Filme e o Personagem
O filme estava quase no fim, mas não deixei de ficar fascinado pelos poucos minutos de "Bronson". Filme de 2008, do realizador Nicolas Winding Refn que recria de forma estilizada a vida de "Charlie Bronson", de nome verdadeiro Michael Peterson, considerado o prisioneiro mais violento do Reino Unido.
Adquiriu este nickname nas lutas de boxe clandestinas, em referência ao conhecido "actor" e a história é simples: um assalto à mão armada ao posto dos correios (em 1974), dariam sete anos de pena de prisão, mas pela agressividade e crimes repetidos na prisão, chegando mesmo a sequestrar o professor de arte da mesma (esta é a cena genial que apanho já quase no final do filme) ficou preso até aos dias de hoje, grande parte do tempo em confinamento solitário.
Bronson foi desenvolvendo um alter ego e tentou sempre combater o sistema, revelando uma personalidade excêntrica em muitos aspectos mas que se espelhou também na produção de arte. Uma figura especial, incrivelmente interpretada por Tom Hardy, que vale a pena conhecer. Toda a sua biografia, trabalhos que desenvolveu desde arte à poesia, livros dele e sobre ele, merchandising e trabalhos que inspirou, no site sobre esta personagem.
Continuam as campanhas para a sua libertação mas sem sucesso.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
"As Esganadas" de Jô Soares
Jô Soares volta com novo policial "As Esganadas", pela Editorial Presença que também reedita toda a sua obra anterior. Num tom leve e divertido, apesar da temática do assassinato em série, Jô traz-nos um livro "fácinho" de ler em que o assassino é conhecido à partida, a sua motivação também e onde existem curiosidades interessantes para nós, portugueses.
Passado em pleno Estado Novo brasileiro, na ditadura de Getúlio Vargas (época que muito interessa ao autor) as referências a Portugal são muitas e diversas: desde o delicioso pormenor de as vítimas além de mortas trazerem à sua morte um qualquer doce português que lhes "enche as medidas" de uma ou outra forma; até à participação de um inspector português Tobias Esteves que Jô fantasia como sendo o próprio "Esteves sem metafísica" da Tabacaria de Álvaro de Campos, e que ajuda na investigação e captura do culpado, perfumando o romance com um humor non-sense constante; passando pela presença de Vasco Santana (apresentando uma revista à portuguesa no Rio Janeiro) ou Manoel de Oliveira (sim, o realizador) como corredor de automóveis no Circuito da Gávea.
Uma escrita despretensiosa, bem humorada num enredo interessante e que nos envolve até chegarmos ao fim.
PVP 13€; Edição da Editorial Presença 2013
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