quinta-feira, 30 de outubro de 2008
dois poemas de Mia Couto
O primeiro astronauta
devia ter sido
Silvestre José Nhamposse
Só ele
teria sacudido os pés
à entrada da Lua
Só ele teria pedido
com suave delicadeza:
- dá licença?
(1983, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas)
Doença
O médico serenou Juca Poeira.
Que ele já não padecia da doença
que ali o trouxera em tempos.
E o doutor disse o nome
da falecida enfermidade:
"Arritmia paroxística supra-ventricular"
Juca escutou, em silêncio,
com pesar de quem recebe condenação.
As mãos cruzadas no colo
diziam da resignada aceitação.
Por fim, venceu o pudor
e pediu ao médico
que lhe devolvesse a doença.
Que ele jamais tivera
nada de tão belo em toda a sua vida.
(Maputo 2005, in Idades, cidades, divindades)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Ele há colónias e colónias!!!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
"The Can" e afins por Carlos Lascano
E mais trabalho do autor Carlos Lascano aqui. Para além da fotografia e ilustração, aconselha-se vivamente as curtas Les Amants e La Leyenda del Espantapajaros. Um artista a seguir...
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Sistemática Criatividade...
Que maravilha!! Deparei-me com este recorte que guardo religiosamente há bastante tempo e considerei que seria digno de publicação, pelo interesse que suscita.. Como biólogo apraz-me muito ter contacto e ampliar o meu conhecimento na área, e este é um exemplo paradigmático do que a biologia do nosso planeta pode fazer e das maravilhas que esta engloba. Que dizer deste ser que vive nas profundezas oceânicas, parece uma planta mas aparenta mais ser um animal (e por isso não consta nas enciclopédias botânicas, claro está!!) E que dizer dos ramos, que não são ramos, são esqueleto? Sendo um animal, não se rega.. (evidente, o que se rega são as plantas, e de estupidez, regam-se os criadores deste ser... ou estupidez ou muito Gin Tónico!) Não há dúvida, este animal, que por acaso até no nome é um equívoco "Planta Neptuno", é um constante paradoxo e bem demonstrativo da magia da Vida, e um autêntico quebra-cabeças para a Sistemática e Taxonomia...
Pois eu, com tanta idiotice condensada, ainda assim já resolvi o mistério: trata-se sem margem para erros, e de acordo com as melhores chaves dicotómicas, da designada "planta de plástico", sendo uma espécie rara deste grupo, porque a mais comum e conhecida são mesmo aquelas rosas idiotas e foleiras vendidas junto com o patinho que chia e deita a língua de fora (outro caso atípico entre os patos...) pelos monhés, de que o famoso "Taliban" de Coimbra é um exemplo típico e simpático... (ou para uma explicação mais científica do "fenómeno" ver aqui)
Para "verde e verdadeiro fenómeno da Natureza" já nos chega o Hulk...
terça-feira, 21 de outubro de 2008
DIREITA, VOLVER...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Instantâneos
sábado, 11 de outubro de 2008
Poema da Aletria
É assim o poema
da aletria.
Amarelos fios
emaranhados
num prato redondo
e branco.
Quatro riscos
poeirentos
de canela
atravessando
o amarelo.
Quanto ao cheiro
e ao sabor,
lamento mas
não ficarão
no poema.
Não cabem em
nenhum verso.
É pena. Mas
falem com as
vossas avós...
Elas saberão
sempre completar
o poema da aletria.