quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É de certa forma redentor, e há que dizê-lo: Manuel Maria Carrilho é o Paco Bandeira dos intelectuais.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Stay on the wild side...

Acho que cheguei a Lou Reed através desta música, num videoclip onde ele aparecia vestido de galinha. E acho que é uma boa maneira de chegar a Lou Reed, ainda hoje...

Modern Dance, do disco "Ecstasy" de 2000.
...Maybe I'm not cut out for city life
the smell of exhaust, the smell of strife
and maybe you don't wanna be a wife
it's not a life being a wife...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"Skyfall" - Lado A

Uma das melhores músicas de James Bond, é hoje o lado A, por Adele.


"Skyfall" - Lado B

E o lado B, por Igor Presnyakov, um guitarrista que faz versões de músicas nomeadamente várias. Um arranjo porreiro, num inglês meio "embromado" como diriam os brasileiros, mas não deixa de ser uma pérola. 

Mais no youtube ou no site http://www.igorpresnyakov.com/

"Skyfall" - Lado C

E desta vez, a título excepcional porque de facto é merecido e inolvidável, aqui fica o lado C desta música, pelo Coro Militar Russo, que... enfim... não tenho palavras.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"A Máfia senta-se à Mesa - histórias e receitas da onorata societá" de Jacques Kermoal e Martine Bartolomei






Tinha trazido este livro da feira do livro já no remoto e saudoso ano de 2009 (quando ainda se fazia na Praça da República) por 2,5€, mais uma daquelas pechinchas perdidas pelos amontoados 
de livros à espera de olho cirúrgico. Ainda andam por aí alguns exemplares, que eu sei. 
Por coisas da vida, apenas tinha folheado aqui e ali, mas só agora li "A Mafia Senta-se à Mesa - histórias e receitas da Onorata Societá" com a devida atenção.

A originalidade do livro está na abordagem à gastronomia italiana e essencialmente siciliana, partindo do conhecimento acerca da máfia e dos seus principais actores, e de acontecimentos que a caracterizam ao longo da sua existência. Sempre numa perspectiva jogada à mesa, através do relato de encontros em que o acto de comer está presente de forma vincada, sendo um aspecto cultural profundamente enraizado no seu modo de estar e a que estes personagens dedicavam ritualidade, respeito e dedicação. É à mesa que, nestas organizações, muito se resolve, que muito se discute e decide, e também se percebe como a alimentação e a mesa servem quase sempre como veículo de emoções, vontades e expressam sentimentos ou reflectem e estabelecem patamares de poder, balizando as relações de forma subtil, revelando verdades acerca dos seres.

À mesa os anfitriões presenteiam, oferecem a sua generosidade, na forma mais pura ou nobre (ser o próprio a cozinhar a refeição é o exponencial máximo desse privilégio) mas também podem mostrar o reverso, subjugando, humilhando e inferiorizando o outro (mesmo quando esse outro possa ser Mussolini ou Frank Sinatra...) em situações profundamente confrangedoras e desleais. 
Os relatos têm por base a investigação jornalística feita pelos autores e decorrem ao longo da história desta sociedade mafiosa, com o enquadramento acerca dos participantes e do motivo de estarem juntos "à mesa" naquelas circunstâncias, sempre com a descrição pormenorizada do que foi a sua ementa, seguindo-se a das receitas que a constituem e vinhos que as acompanharam.
Aqui, os maus e vilões pousam a metralhadora e a soqueira para agarrar com requinte de verdadeiro gourmand, a faca e garfo e já agora, o copo de vinho. Ele há coisas!
  
Editorial Teorema
210págs
PVP: 13€

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Abençoado sejas Paulo Portas! Que és um anjo para os velhinhos... e para os vendedores de submarinos. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um senhor Arinto da Bairrada!

Marquês de Marialva Arinto Reserva 2011

Ano: 2011

Castas: Arinto 100%


Preço: 3€ (Auchan)

Nota de Prova: 

Vinho marcante, dos brancos mais interessantes que já bebi. Boa cor, límpido, brilhante, amarelo citrino. Aroma contido, notas de fruta e alguma doçura. Excelente estrutura e equilíbrio, frutado, cheio na boca, notas de citrinos, lima, ananás, e um final longo e com alguma untuosidade adocicada, quase biscoito (conferido pela madeira - 30% do vinho em barrica de carvalho francês). Vinho em perfeito equilíbrio e muito bem construído, elegante: corpo, acidez e paladar, muito prazeroso e de grande personalidade. Complexo, denso e diverso nas nuances que transmite, altamente gastronómico e concerteza versátil por isso mesmo. Uma magnífica proposta da Adega de Cantanhede, este Arinto estreme, um vinho que vale cada cêntimo e com arcaboiço para aguentar uns anos em garrafa. (3€ PVP Feira Vinhos)


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A "Quinta de Contos" da Camaleão não pode acabar...

A notícia é triste e lamentável: a Camaleão, associação cultural de Coimbra, vê-se obrigada a suspender a iniciativa "Quinta de Contos" que promovia no Ateneu de Coimbra desde 2001, por falta de condições financeiras, sem qualquer apoio de outras instituições, sobretudo a CMC. 


A Quinta de Contos acompanhou a minha vida em Coimbra ao longo destes anos, e apesar de mais recentemente não ter possibilidade de ir, sempre ficava aquela nostalgia de querer ir, e de pelo menos, saber que lá estava, como um sonho bom.
Não sei quando foi a primeira vez, mas de certeza que terá sido mágica, como todas as outras que se seguiram.
A iniciativa da Camaleão no espaço do Ateneu de Coimbra é daqueles milagres que estão a um simples passo de nós, basta que subamos a escada junto ao largo da Sé Velha, para aquele mundo encantado. Assim, tão fácil e desgarrado, numa generosidade desmesurada de quem a fazia acontecer todos os meses. Assisti a momentos únicos de arte, convívio, comunhão em volta da palavra dita. Riso, comoção, gargalhada sincera e lágrima ao canto do olho, lições de vida, humanidade pura naqueles minutos em que os contadores se dispõem e entregam a dar um pouco de si, das suas histórias e de outros que lhes chegam ou até que inventam. Lembro-me bem da Helena (voz de algodão doce, de outro mundo), do Geraldo sempre com o humor afiado em notas de ironia genial (os dois principais impulsionadores do projecto, sempre presentes), dos convidados especiais: o Serafim, o Quico Cadaval, tantos outros, num espaço único e aconchegante que precisava também de ser vivido, de ser ocupado de vida, de companhia. E estas quintas eram também um pouco disso. Sempre acompanhado de um Porto ou um Favaios a preço de amigo, a noite iluminava-se naquele palco ao nível do chão, naquele calor de ouvidores que se juntava em grande número.
E sempre sempre, de forma gratuita. Talvez que se consiga retomar, mesmo sem apoio, não sei se com a cobrança simbólica às entradas (se soubesse que assim funcionava, sem qualquer apoio, teria tido todo o gosto em ter contribuído pagando algo à entrada), mas percebo que esse não é o espírito. Apesar de julgar que teriam a compreensão dos participantes e a adesão continuaria. 
Espero que alguma coisa se possa fazer, porque esta iniciativa não pode morrer, é muito, é demasiado o que se perde e espero que se consiga forma de continuar a desfiar contos e vida no Ateneu de Coimbra. Só uma vez por mês, mas que era tanto tanto.. numa cidade onde falta cada vez mais sonho e palavras de esperança.

Notícia aqui

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

À mesa, como na vida...

"S. E. Ruffini era um fino gastrónomo dotado de um apetite de passarinho; Don Calogero um comilão para quem o requinte de uma refeição contava menos que a quantidade de comida no prato.
A caldeirada de peixe branco tinha a untuosidade que deleitava o cardeal. Don Calo renunciara a servir-se da faca de peixe em benefício de um só garfo, mais um bocado de pão para arrastar.
(...)
A seguir à caldeirada vieram enrolados de carne com alcachofras e Don Calo contemplava o seu prato com o desespero de um glutão lesado por um gastrónomo. Terminado o almoço, prometeu a si próprio mandar servir no hotel Sole uma refeição à sua altura, com um bife de, pelo menos, quatrocentos gramas."
                    tirada do livro "A Mafia senta-se à Mesa - histórias e receitas da onorata societá" de Jacques Kermoal e Martine Bartolomei.

Uma das cenas em que a máfia, pela pessoa de Don Calogero, se senta à mesa do clero cúmplice, genial pela forma como apresenta e espelha esta tão distinta forma de comer, de olhar a comida enquanto acto social, no fundo, duas formas perfeitamente antagónicas de estar à mesa e na vida.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O melhor mês de todos meses do Livro de Assentar (ou o livro de recordes de trazer por casa...)

O mês de Setembro foi o que teve mais visitas aqui ao blog, desde que cá estou a "assentar" (470 visualizações), que é assim como a vitória do PS nas últimas eleições autárquicas:  dizem que é a maior de sempre, mas no fundo no fundo, apenas dá para continuar mais algum tempo. E é sempre bom seguir em companhia...